"A seca em Angola continua a ser exacerbada pelas chuvas irregulares e abaixo da média, e pela inadequada resposta humanitária para corresponder às necessidades mais urgentes, em particular nas províncias do sul de Cunene, Huíla e Namibe", referiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, em inglês), através de um comunicado hoje divulgado.
Em janeiro de 2019, o Presidente angolano, João Lourenço, decretou estado de emergência para estas três províncias, que desde então registaram um aumento na necessidade de ajuda humanitária.
Segundo o documento da UNICEF, entre janeiro e março deste ano, o número de pessoas a necessitar de ajuda humanitária para os seis meses seguintes subiu de 249.884 para 857.433, o que a agência das Nações Unidas diz "sublinhar um maior aumento da deterioração das condições".
Nos primeiros três meses do ano, a UNICEF adianta ter detetado 43.578 crianças em situação de malnutrição, em especial nas províncias de Lunda Norte, Huíla, Cunene, Bié e Namibe.
No comunicado, a UNICEF afirma necessitar de 9,92 milhões de dólares (8,85 milhões de euros) para a implementação da sua ação humanitária de resposta à seca em 2019.
A agência das Nações Unidas acrescenta que, desde o início do ano, não recebeu qualquer verba para o estabelecimento deste programa.
O documento refere ainda que 141.600 pessoas estão em situação de "necessidade de água potável" e que cerca de 2,3 milhões enfrentam situação de insegurança alimentar ou crises nutritivas no norte de Angola