Para aumentar no amadorismo do "angolano" e "meio angolano" do Bureau Político do MPLA, observei a partilha de notícias com "FALSO" e "ENCOMENDA DE ISABEL DOS SANTOS" em grupos do WhatsApp, por parte de dirigentes do MPLA/Executivo, indicando ser FALSA a informação segundo a qual o Presidente da República João Lourenço está a ser investigado nos Estados Unidos por práticas de corrupção.
Esses dirigentes, com a pretensão de reagir, deviam aconselhar o Presidente da República a emitir uma nota explicativa sobre o assunto, a dar entrevistas ou a falar em conferência de imprensa, submetendo-se a perguntas de jornalistas, se assim se entendesse, ou solicitar direito de resposta aos órgãos que fizeram a notícia e NUNCA simplesmente marcar como "FALSO" ou como "ENCOMENDA DE ISABEL DOS SANTOS".
E mais: se for uma notícia caluniosa e difamatória contra João Lourenço, o próprio Presidente da República devia reagir, intentando uma acção judicial contra os referidos órgãos.
O Presidente da República tem responsabilidades acrescidas.
Não pode mandar pôr, simplesmente, se for o caso, "FALSO" nas notícias que colocam em causa o seu "bom nome" e a sua "honra". É exactamente o mesmo comportamento de Isabel dos Santos, que simplesmente coloca "FALSO" em todas as notícias que mostram uma sua eventual desonestidade num processo.
Nós temos de parar de pensar que qualquer notícia que não convém a um certo político é ENCOMENDA de um adversário seu.
Esta mania tem de acabar.
As nossas instituições e órgãos de soberania não podem alimentar sempre a recorrente "teoria da conspiração".
Contra factos, é preciso reagir-se com outros factos, independentemente de quem tenha feito a denúncia.
A denúncia até pode ter sido feita por Isabel dos Santos. Isso invalida a autenticidade da informação?
Isabel dos Santos está proibida de fazer uma denúncia contra João Lourenço? É por aí que se deve analisar o assunto para se reagir?
Existem mecanismos próprios para se reagir quando uma determinada notícia ou denúncia é FALSA.
Um órgão de soberania como o do Presidente da República não pode reagir a uma notícia desta natureza de forma populista.
Este caminho é mais uma prova da falta de estratégia de comunicação institucional do Executivo/MPLA.
E isso vai custar caro ao MPLA, pela minha observação, em 2022.
Aliás, desde 2018 que venho escrevendo para alertar que o adversário do MPLA não é a UNITA nem o seu presidente ACJ.
O principal adversário do MPLA/EXECUTIVO é a sua COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL.
Por Carlos Alberto (on facebook)