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DRA. Júlia Ferreira: de Vilã à Heroína

Post by: 31 Agosto, 2017

Os resultados provisórios apresentados pela Comissão Nacional Eleitoral, deu azo a muita contestação sobretudo, os partidos políticos concorrentes que, a priori alegavam que, a CNE não estava a ser imparcial, pois os resultados ora apresentados estavam à favorecer o MPLA por este encontrar -se na pool position com mais de 60%.

Por Janísio C. Salomão[1]

Com o andar da carruagem e, a medida que o escrutínio  nas Comissões Provinciais se desenrolava, os resultados apresentados pela CNE se iam consolidando, mostrando -se fiáveis e fidedignos;

Segundo o CNE " as províncias do Cuando Cubango, Luanda, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Cunene, Cabinda, Moxico, Benguela, Bengo, Huíla e Zaire têm já os dados definitivos das eleições gerais", perfazendo mais de 50% , ou seja, 11 das 18 Províncias existentes no Pais.

Os resultados provisórios apresentados apontam o MPLA à frente da contagem de votos, com 61,10%, seguido da UNITA, 26,71%, CASA-CE, 9,46%, PRS, 1,33%, FNLA, 0,90%, e APN, 0,49%.

Mas este não é o cerne da questão, à primeira aparição da Dra. Júlia Ferreira, para divulgação dos resultados provisórios  foi depreendida para muitos, com um estado de nervosismo a julgar pela quantidade de água que a mesma ingeriu durante a divulgação dos resultados. Houve mesmo quem chegou a dizer que a "responsabilidade que ela carregava sobre os suas mãos era tamanha que obrigava a ingerir muita água", a que dissesse também "ela foi abandonada, deixada órfã, pelo Presidente da CNE, Dr. André da Silva Neto que, neste momento ele deveria estar do seu lado".

Meus caros o que ouvimos e assistimos horas depois nos média, com grande destaque para as redes sociais e imprensa, "não é de bem" conforme a gíria cá da banda,  foram mensagens, caricaturas e muito mais, a denigrir completamente a imagem da Dra. Júlia Ferreira, passou a ser a "vilã" a "má da fita" Eleições 2017.

Foram conferências, atrás de conferências de imprensa, protagonizadas quer de forma unilateral ou paralelas  a descredibilizar o trabalho levado a cabo pela CNE e o seu porta-voz, mesmo depois de pronunciamentos contrários por parte dos observadores nacionais e internacionais.

Os maiores partidos da oposição tais como UNITA e CASA -CE, disseram "que iriam impugnar os resultados, "outros disseram "que os resultados haviam sido forjados".

Como tal, não se deve atear somente as palavras, os partidos ora susoditos apresentaram cartas solicitando a invalidação dos resultados provisórios.

A conferência de imprensa prestada pela Dra. Júlia ferreira no dia 29 do corrente mês e ano, mostraram que, as reclamações apresentadas pelos partidos políticos da UNITA e CASA-CE, foram julgados improcedentes.

A referida conferência veio tirar o véu que pairava sobre a Dra. Júlia Ferreira, igualmente a rotulação a que era alvo "vilã" ou a "má da fita" devido aos primeiros resultados provisórios divulgados.

A calma, eloquência e perspicácia, são apenas alguns dos apanágios que lhe são intrínsecas, nesta conferencia de imprensa Dra. Júlia mostra assim que não é a "vilã", nem a "má da fita". Conseguiu meticulosamente prestar informações e dar respostas cabais à cada preocupação apresentada pelos partidos políticos iniciando pela UNITA e posteriormente a CASA -CE.

Dra. Júlia Ferreira, Jurista de formação, mostra assim que esta a altura do cargo, e não deixou ficar o mesmo em mãos alheias, nem deixou um vacatio a quem substituiu Dr. Adão de Almeida o anterior porta voz da CNE do pleito de 2008.

O que é facto perene na história é o dia 29 de Agosto, dia em que, Dra Julia Ferreira mostrou a todos Angolanos que não é a "vilã" e sim a "heroína" desta curta metragem "Eleições 2017" que aos poucos vai chegando ao seu final.

Salvum facere Dra. Júlia Ferreira!

[1] Docente Universitário e Investigador.

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