Com um subsídio de reforma de um milhão de dólares, José Eduardo dos Santos, amargurado, assistiu esta semana, no recato da sua nova residência no Bairro Miramar, ao início do desmoronar do seu império.
O ‘mensageiro da desgraça’ foi o novo Presidente, João Lourenço, que, numa entrada de rompante na abertura do Parlamento angolano saído das eleições de 23 de setembro último, declarou, de forma subtil, ‘guerra aberta’ ao seu antecessor.
Menos de um mês após Eduardo dos Santos ter abandonado o Palácio da Cidade Alta, alguns dos seus antigos colaboradores veem agora com apreensão a forma como João Lourenço começa a pôr em causa “a imensa cadeia dos interesses da família” do antigo Presidente.
Primeiro, foi o anúncio do fim dos oligopólios no sector da telefonia móvel e do cimento detidos por Isabel dos Santos.
Depois, pôs termo ao acesso direto que, na vigência de Eduardo dos Santos, os presidentes da Sonangol e da Endiama, reconduzidos em vésperas da sua investidura, tinham ao gabinete presidencial.