A posição foi expressa pelo secretário de Estado para os Assuntos Institucionais do Ministério da Administração do Território de Angola, Adão de Almeida, no final da cerimónia de entrega à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) do Ficheiro Informático de Cidadãos Maiores (FICM).
Em conferência de imprensa realizada quarta-feira, o secretário para os Assuntos Eleitorais da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Vitorino Nhany, considerou que se "as condições jurídicas, humanas e materiais estão reunidas, já as técnicas não, pois as tecnologias que estão a ser utilizadas não garantem transparência, nem segurança".
O dirigente político da UNITA referia-se ao repetido questionamento à fiabilidade do sistema informático.
"Infelizmente entramos para um quadro de alguma irresponsabilidade naquilo que se diz, todos compreendemos que isso é um processo com um nível de seriedade bastante elevado, pelas responsabilidades que ele tem para o país e para o futuro imediato do país e é um processo que deve ser tratado com responsabilidade. Não é compatível com afirmações levianas sobre o processo de registo e é um pouco o que tem estado a acontecer nos últimos tempos", disse Adão de Almeida.
O governante angolano sublinhou que as questões levantadas pela UNITA "não são novas nem são questões que nunca foram explicadas".
Segundo Adão de Almeida, já foi explicado que o processo de deteção do duplo registo é feito depois dos dados entrarem para a base, por isso é que agora "são definitivos" e podem ser dadas garantias "de que não há duplos registos na base de dados".
"Até agora estávamos a trabalhar com dados provisórios. Todos sabíamos que havia pessoas com mais de um registo, isso já foi explicado e não quer ser compreendido", realçou.
O Ministério da Administração do Território, órgão que conduziu o registo eleitoral de 25 de agosto de 2016 a 31 de março de 2017, entregou hoje à CNE os dados definitivos dos 9.317.294 cidadãos que vão votar a 23 de agosto nas eleições gerais em Angola.
Lusa