O documento foi hoje entregue pelo ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos.
Em declarações à imprensa, Manuel Nunes Júnior disse que o primeiro grande objetivo do OGE é conseguir o relançamento do setor produtivo, em particular o da agricultura, bem como dar continuidade ao processo de estabilização macroeconómica, permitindo criar o ambiente de negócios favorável a este objetivo.
"Por outro lado, vamos continuar a aprovar todos aqueles projetos que dizem respeito à área social, nomeadamente à educação, à saúde, e ao combate à pobreza. Todos esses programas serão favorecidos no âmbito do OGE que estamos a trazer", disse.
Segundo Manuel Nunes Júnior, para estes setores, a proposta de Lei do OGE para 2019 - com receitas e despesas no valor de 11,2 biliões de kwanzas (36,4 bilhões de dólares) -, prevê um aumento significativo dos gastos comparativamente ao ano passado.
"Isto é para nós um dos aspetos fundamentais para que possamos resolver os grandes problemas sociais que o nosso país atravessa. O que posso assegurar é que teremos neste OGE um aumento significativo dos gastos dos pontos de vista da educação, saúde e áreas sociais", referiu.
Para a elaboração do OGE 2019, indicou, foi estabelecido como preço de referência 68 dólares por barril de petróleo, de acordo com as projeções internacionais, segundo o governante angolano.
"É um preço que se situa nos níveis aceitáveis e tendo em conta aquilo que as grandes agências projetam hoje para aquilo que vai ser o preço do petróleo nos próximos tempos no mercado internacional", referiu.
Questionado se as receitas que se espera do Fundo Monetário Internacional (FMI) se refletem neste orçamento, o governante angolano referiu que as duas partes ainda se encontram numa fase de negociação.
"Estamos a negociar, começamos no dia 01 de outubro e vamos continuar. A nossa perspetiva é que as continuemos ainda antes do ano terminar", disse Manuel Nunes Júnior, acrescentando que está a ser negociado com o FMI um plano de apoio ao Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) e ao Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022.
"Todas as ações que forem incluídas no âmbito deste acordo com o FMI serão sempre no âmbito do PDN e do PEM. Portanto, o aspeto fundamental a reter aqui é que é um programa com as nossas aspirações e que contará com o apoio financeiro e técnico do FMI", disse.
Por sua vez, a presidente da comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Ruth Mendes, enalteceu a entrega a tempo do OGE ao parlamento, o que permitirá a discussão atempada do documento.
Ruth Mendes disse que, de acordo com a lei, a Assembleia Nacional tem 15 dias para a aprovação da proposta na generalidade. Depois, baixa à especialidade, para cerca de um mês depois se proceder à votação final global.
"Em princípio os prazos estão conforme aquilo que está estipulado e pensamos que não teremos problemas de maior. [Deve ir a votação final global] antes de 15 de dezembro, como previsto por lei", frisou.