É que, até agora, o processo aberto não teve qualquer avanço na justiça.
Os familiares relatam na carta que, no dia 1 de Setembro de 2018, João Dala morreu “vítima dos ferimentos resultantes da terrível tortura que terá sofrido durante 15 horas consecutivas” por altos dirigentes SIC, nomeadamente “Fernando Manuel Bambi Receado (Comissário) e Lourenço Ngola Kina (Sub-Comissário), directores do SIC em Luanda e Uíge respectivamente”.
João Dala foi inicialmente acusado de ter raptado um pastor chamado Daniel Cem, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, numa disputa pela liderança religiosa.
Mais tarde ele foi levado da casa por agentes do SIC que, segundo a família, o torturaram por 15 horas, tendo vindo a morrer mais tarde devido às sequelas.
Na carta enviada no dia 11 de Fevereiro a João Lourenço, 58 familiares, entre eles a mãe a viúva de Dala, questionam o facto de, além de não se ter feito justiça, o próprio Presidente ter promovido os acusados Bambi Receado, na altura director nacional, e Ngola Kina, chefe das operações de Luanda.
“Não entendemos como é que, mais tarde, as pessoas que cometeram essa barbaridade são promovidas”, disse à VOA, José Moreira Dala, irmão do malogrado.
Dala acrescenta que a família “apenas quer justiça”.
A VOA tentou contactar o Gabinete de Comunicação Institucional da delegação Provincial do Ministério do Interior e o SIC, mas sem sucesso. VOA