Num "comunicado de guerra", a que a agência Lusa teve acesso, o comandante Bissafi Mavinga Zé Carlos, chefe de operações das FAC, indica que, nos dois confrontos, ficaram também feridos três soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA), registando-se também a morte de um dos elementos das forças de Cabinda.
Até agora, nem o Governo angolano nem as FAA confirmaram os confrontos na região de Massabi, 90 quilómetros a norte da cidade de Cabinda, próximo da fronteira com a República do Congo.
Segundo o documento das FAC, "braço armado" da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), o primeiro confronto registou-se na noite de 30 de junho para 01 de julho, quando, numa operação na aldeia de Tchivovo, na região de Massabi, o movimento abateu cinco militares angolanos, deixando feridos outros três.
Na mesma operação, lê-se no documento, o Comando Militar das FAC dá conta da morte de um dos seus militares.
A 28 de fevereiro último, a FLEC/FAC anunciou a retoma, "de forma intensiva, da luta armada em Cabinda" e alertou que o enclave angolano é "um território em estado de guerra e que os estrangeiros "devem tomar as medidas de segurança adequadas".
Num "comunicado de guerra", enviado então à agência Lusa, a FLEC/FAC argumentou que "nunca quis a guerra e sempre abriu as portas à paz" e que "todas as oportunidades" para a construir foram "esmagadas no sangue por Angola e os seus presidentes Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e João Lourenço".
Na ocasião, o movimento independentista alertou a comunidade internacional e todos os seus expatriados que Cabinda é um território em estado de guerra e por isso todos devem tomar as medidas de segurança adequadas.
O Governo angolano, que nem sequer discute a possibilidade de Cabinda aceder à independência, tem insistido na ideia de que a situação no enclave "é tranquila".
A FLEC, através do seu "braço armado", as FAC, luta pela independência do território alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.
Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma "resistência armada" contra a administração de Luanda.