Presidente da UNITA apela ao início do diálogo para parar com guerra na província de Cabinda

O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição), disse hoje, em Luanda, que é preciso iniciar “imediatamente o diálogo” e parar com a guerra na província de Cabinda, norte do país.

A posição foi expressa por Adalberto Costa Júnior numa mensagem por ocasião da celebração do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, que se assinala no domingo.

“A democracia tem formas de solucionar reivindicações regionais, históricas ou sociais, no quadro do Estado unitário de Angola. É preciso parar com a guerra e dialogar. Não se pode celebrar a paz em Luanda enquanto se faz guerra em Cabinda”, referiu Adalberto Costa Júnior.

A província de Cabinda, que há vários anos reivindica a sua autonomia, será palco em 04 de abril das comemorações dos 19 anos de paz do país.

A situação político-militar de Cabinda tem merecido nas últimas semanas alguma atenção e pronunciamentos de entidades políticas e da sociedade civil.

Na quarta-feira, o antigo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, Francisco Pereira Furtado, advogou igualmente a necessidade de se encontrar uma solução para a situação naquela região norte do país.

“A situação político-militar do país é estável, o país está em paz, independentemente da necessidade de solucionar um pequeno detalhe da província de Cabinda. O país está pacificado e é esta paz que os militares têm que preservar, manter a estabilidade, com vista a garantirmos uma efetiva reconciliação nacional”, afirmou Francisco Pereira Furtado.

O antigo chefe do Estado-Maior disse que existem mecanismos para a situação atual da província de Cabinda, salientando que o “Governo está empenhado” no assunto.

“Da mesma forma que negociamos os processos de paz anteriores devemos negociar com a ala da FLEC [Frente de Libertação do Estado de Cabinda], porque é mais uma ala. Pelo que eu conheço da FLEC, desde o seu surgimento, em [19]75, no seu seio já surgiram mais de seis alas, é preciso levar esta ala que ainda reivindica de uma forma não correta, com alguma violência, a compreender que o país não pode continuar nesta senda de conflitos”, frisou o oficial.

Em 2006, foi assinado um memorando de entendimento de reconciliação da província de Cabinda e um Estatuto Especial que dava autonomia àquela região petrolífera do país, contudo, não houve materialização.

Há vários anos que os cidadãos de Cabinda reclamam a autonomia desta parcela do território angolano, com a FLEC a assumir a autoria de alegados ataques armados, que resultam em mortes e feridos de militares das Forças Armadas Angolanas e das suas forças guerrilheiras.

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