Adalberto da Costa Júnior falava aos jornalistas após a formalização da plataforma política eleitoral Frente Patriótica Unida, que congrega três movimentos políticos para vencer o MPLA nas eleições do próximo ano, e que vai ser liderada pela UNITA.
Esta manhã, ainda antes de ser conhecida a notícia de que o Tribunal Constitucional (TC) de Angola votou hoje pela anulação do 13.º Congresso da UNITA em que saiu vencedor, Adalberto da Costa Júnior mostrou-se tranquilo, ao ser questionado sobre os rumores que apontavam neste sentido e se iria continuar a liderar a Frente Patriótica Unida.
“Os tribunais constitucionais são instituições que devem congregar estabilidade social e política. O nosso TC tem sido um instrumento partidário. Se chegar aí [anulação do congresso], posso dizer que há muito que estamos preparados para as interferências e temos garantia de continuidade”, respondeu.
Na mesma ocasião, o dirigente assinalou que a Frente Patriótica Unida é um “verdadeiro e sério projeto de alternância politica” e que pode chegar a bom termo.
Sublinhou também que o movimento “não é fechado” e não está resumido apenas às forças que o integram (UNITA, Bloco Democrático e projeto político PRA JÁ Servir Angola), não excluindo a hipótese de integrar na Frente “gente do MPLA que muito” os “tem procurado”.
O TC de Angola votou hoje pela anulação do 8.º Congresso da UNITA em que saiu vencedor o atual presidente do "Galo Negro", Adalberto da Costa Júnior.
A decisão do TC foi divulgada hoje pela TV Zimbo.
Segundo o canal angolano, que invoca uma fonte próxima do TC, o tribunal superior reuniu o hoje o seu órgão plenário para se pronunciar sobre a impugnação e votou pela anulação do congresso que elegeu Adalberto da Costa Júnior.
O processo foi levado a cabo por supostos militantes da UNITA que pediam a destituição devido a alegadas irregularidades registadas no congresso, designadamente o facto de ter concorrido sem renunciar à nacionalidade portuguesa.
Adalberto da Costa Júnior tornou-se o terceiro presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), em 15 de novembro de 2019, conquistando mais de 50% dos votos num universo de 960 eleitores.
A UNITA tem defendido sempre a legalidade da eleição do seu líder e acusou, em meados de agosto, o partido do poder, MPLA, de "subverter a lei visando perpetuar-se no poder", criticando a postura do regime em controlar o sistema judicial.
Para esbater a polémica sobre a nacionalidade do seu líder, o secretariado executivo do comité permanente da comissão política da UNITA reagiu, logo em maio, dizendo que Costa Júnior "renunciou e perdeu a nacionalidade portuguesa adquirida" como aferem os "processos examinados" pelo TC angolano.