Adalberto da Costa Júnior diz que esta “preparado” para interferências do Tribunal Constitucional

Post by: 05 Outubro, 2021

O líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, disse hoje estar preparado para as interferências do Tribunal Constitucional (TC) que considerou um “instrumento partidário”.

Adalberto da Costa Júnior falava aos jornalistas após a formalização da plataforma política eleitoral Frente Patriótica Unida, que congrega três movimentos políticos para vencer o MPLA nas eleições do próximo ano, e que vai ser liderada pela UNITA.

Esta manhã, ainda antes de ser conhecida a notícia de que o Tribunal Constitucional (TC) de Angola votou hoje pela anulação do 13.º Congresso da UNITA em que saiu vencedor, Adalberto da Costa Júnior mostrou-se tranquilo, ao ser questionado sobre os rumores que apontavam neste sentido e se iria continuar a liderar a Frente Patriótica Unida.

“Os tribunais constitucionais são instituições que devem congregar estabilidade social e política. O nosso TC tem sido um instrumento partidário. Se chegar aí [anulação do congresso], posso dizer que há muito que estamos preparados para as interferências e temos garantia de continuidade”, respondeu.

Na mesma ocasião, o dirigente assinalou que a Frente Patriótica Unida é um “verdadeiro e sério projeto de alternância politica” e que pode chegar a bom termo.

Sublinhou também que o movimento “não é fechado” e não está resumido apenas às forças que o integram (UNITA, Bloco Democrático e projeto político PRA JÁ Servir Angola), não excluindo a hipótese de integrar na Frente “gente do MPLA que muito” os “tem procurado”.

O TC de Angola votou hoje pela anulação do 8.º Congresso da UNITA em que saiu vencedor o atual presidente do "Galo Negro", Adalberto da Costa Júnior.

A decisão do TC foi divulgada hoje pela TV Zimbo.

Segundo o canal angolano, que invoca uma fonte próxima do TC, o tribunal superior reuniu o hoje o seu órgão plenário para se pronunciar sobre a impugnação e votou pela anulação do congresso que elegeu Adalberto da Costa Júnior.

O processo foi levado a cabo por supostos militantes da UNITA que pediam a destituição devido a alegadas irregularidades registadas no congresso, designadamente o facto de ter concorrido sem renunciar à nacionalidade portuguesa.

Adalberto da Costa Júnior tornou-se o terceiro presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), em 15 de novembro de 2019, conquistando mais de 50% dos votos num universo de 960 eleitores.

A UNITA tem defendido sempre a legalidade da eleição do seu líder e acusou, em meados de agosto, o partido do poder, MPLA, de "subverter a lei visando perpetuar-se no poder", criticando a postura do regime em controlar o sistema judicial.

Para esbater a polémica sobre a nacionalidade do seu líder, o secretariado executivo do comité permanente da comissão política da UNITA reagiu, logo em maio, dizendo que Costa Júnior "renunciou e perdeu a nacionalidade portuguesa adquirida" como aferem os "processos examinados" pelo TC angolano.

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Last modified on Terça, 05 Outubro 2021 15:56
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