“Como constatam, estamos tranquilos. Nós não vamos fazer nenhum pronunciamento sem termos facto, portanto o que nós tivemos foi estranhamente os órgãos oficiais a darem indicação uns aos outros com uma fuga de informação difícil de explicar, mas estamos a aguardar que haja a publicação do eventual acórdão para depois podermos pronunciar-nos”, afirmou hoje Adalberto Costa Júnior, quando questionado pela Lusa.
O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, reafirmou estar “absolutamente tranquilo”, considerando estar-se perante uma “circunstância muito séria em relação à credibilidade das instituições”, bem como em relação à "função para a qual estas instituições existem e estão criadas".
As instituições, salientou, "devem ser fator de credibilidade, de garantia de cumprimento da lei e não de instabilidade a vários níveis e de interferências”.
A imprensa angolana noticiou na terça-feira que o plenário do TC angolano anulou o 13.º congresso da UNITA, que elegeu, em 2019, Adalberto Costa Júnior como presidente deste partido, na sequência de uma queixa de militantes sobre alegada dupla nacionalidade do político - e que o próprio já negou.
Hoje, em declarações aos jornalistas, no final de uma jornada de constatação e atualização do registo eleitoral oficioso em três balcões únicos de atendimento ao público (BUAP), Costa Júnior disse igualmente ser prematuro abordar o assunto, questionando, no entanto, o silêncio das autoridades.
“Mas é cedo, não há acórdão, o que é muito estranho. Estamos no terceiro dia deste tipo de indicadores preanunciados, há um jornal da praça que há um ano anunciou tudo isto, então vamos ver o que vai acontecer com muita tranquilidade”, assegurou.
Adalberto Costa Júnior, também coordenador da Frente Patriótica Unida (FPU), plataforma política eleitoral na oposição, proclamada na passada terça-feira, em Luanda, com o objetivo de alcançar o poder em 2022, atualizou o seu registo juntamente com os políticos Abel Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes, ambos coordenadores adjuntos da FPU.
Questionado ainda sobre a possibilidade de o Tribunal Constitucional validar e/ou efetivar o alegado acórdão, o líder da UNITA respondeu à Lusa: “Tal como disse, vamos ver, se de facto o acórdão sair nesta lógica vamos poder analisá-lo com pormenor e na devida altura dar também as nossas interpretações”.
A nível dos três BUAP visitados hoje pelos líderes políticos que suportam a FPU, cidadãos manifestaram-se solidários, sobretudo com Adalberto Costa Júnior, tendo sido recomendado para “não se abalar com a atual pressão”.
As próximas eleições gerais em Angola estão previstas para 2022 e neste momento decorre o processo de registo eleitoral em Luanda e no interior de Angola.