Numa declaração alusiva à efeméride, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) sublinha que a independência “é um direito inalienável de todos os povos” e deve basear-se “no resgate de tudo, de essencial, que, ontem, o colonialismo usurpou e destruiu, isto é, a terra, a cultura e a liberdade”.
O partido da oposição que o 11 de novembro de 1975 foi escolhido, pelos cossignatários do Acordo do Alvor (Portugal, e os partidos Frente Nacional de Libertação de Angola, Movimento Popular para a Libertação de Angola e UNITA), como dia da proclamação da independência, culminando um processo que passaria pela realização das eleições para a Assembleia Constituinte, sendo os movimentos de libertação os únicos candidatos à mesma.
“Após 47 anos de independência a terra angolana ainda não é propriedade do povo angolano, mas sim do partido-Estado”, salienta o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, num comunicado.
A UNITA destaca que foi protagonista, sem ser o único, de duas grandes conquistas de Angola independente - o Estado democrático de Direito com a economia de mercado e a paz militar – mas “tristemente, estas duas conquistas em pouco beneficiam o povo angolano”.
“Aos cidadãos angolanos é negada a componente participativa da democracia, pois o partido no poder [MPLA, desde 1975] recusa-se, através de várias manobras, a institucionalizar as autarquias”, aponta a UNITA, sublinhando que é necessário maior coesão e mais diálogo para vencer os desafios do combate à pobreza, à fome e à miséria, ao desemprego e à criminalidade, entre outros desafios.
A UNITA apela aos angolanos que honrem a memória dos pais da independência: Álvaro Holden Roberto (FNLA), António Agostinho Neto (MPLA, primeiro Presidente angolano) e Jonas Malheiro Savimbi (UNITA) e agradece ainda ao povo pela maturidade democrática demonstrada nas últimas eleições e pelo seu apego à paz.
“O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA exorta o povo angolano à unidade de propósito e de ação no sentido de juntos materializarmos, no decurso do ano de 2023, a institucionalização das autarquias locais, pois, elas são a via insubstituível e incontornável para o nosso desenvolvimento comunitário”, conclui o comunicado do partido fundado por Jonas Savimbi.