A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana anunciou hoje que não recebeu qualquer reclamação de partidos políticos sobre os resultados definitivos das eleições de 24 agosto e “chumbou” liminarmente reclamações sobre atas apresentadas pela UNITA e CASA-CE.
A missão de observação eleitoral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) considerou hoje que o processo eleitoral de 24 de agosto “não foi de todo justo nem transparente”.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE) anunciou hoje não reconhecer os resultados eleitorais anunciados na segunda-feira e que vai esgotar todos os mecanismos legais para que seja, pela primeira vez, reposta a verdade eleitoral.
Adalberto Costa Júnior diz que o direito à manifestação é constitucionalmente protegido e que os angolanos poderão sair às ruas para contestar os resultados, que foi publicado nesta segunda-feira.
O jurista angolano Inglês Pinto defendeu hoje que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) violou pressupostos formais ao não publicar os votos vencidos dos comissários que não aprovaram a ata final, “vício” que não belisca os resultados eleitorais.
O escritor angolano José Eduardo Agualusa considera ser “cedo demais” para que o MPLA reclame a vitória nas eleições angolanas e que “não será bom” para o Presidente João Lourenço iniciar um segundo mandado “sem tudo estar clarificado”.
A UNITA anunciou hoje que vai entregar uma reclamação com efeitos suspensivos dos resultados das eleições anunciados pela Comissão Nacional Eleitoral, que proclamaram a vitória do MPLA, e afirmou não ter sido notificada da decisão.
Abel Chivukuvuku, candidato da UNITA à vice-Presidência de Angola, apelou à calma, defendendo que “os resultados supostamente definitivos divulgados pelo Presidente da CNE, só são mesmo da CNE e do MPLA de João Lourenço”.
A UNITA defende que, mesmo com a divulgação dos resultados finais pela Comissão Nacional de Eleições, o processo eleitoral ainda não está terminado.
A diplomacia da União Europeia (UE) saudou hoje o “ambiente pacífico” das eleições em Angola, que deram vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), mas pediu “todos esforços possíveis” às autoridades eleitorais para responder à contestação.