O ministro do Interior angolano condenou hoje o “aumento significativo” de publicações nas redes sociais que “incentivam e estimulam” o discurso de ódio contra as forças de defesa e segurança e de afrontas e agressões contra as autoridades.
O grupo parlamentar do MPLA, partido maioritário em Angola, alertou hoje que manifestar não significa “desobediência civil”, enquanto a UNITA, maior partido da oposição, aconselhou uma reflexão sobre o motivo do aumento da violência contra o partido no poder.
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, esclareceu, quarta-feira, em Luanda, que a manifestação é um direito do cidadão, previsto na Constituição da República de Angola, e que o cidadão deve fazer uso desse privilégio de forma cívica, ordeira e sem causar algum caos social.
A presidente da Assembleia Nacional angolana apelou hoje aos deputados para não se associarem a ações ou manifestações que “violem leis” ou que adotem “comportamentos violadores da paz social”.
A UNITA, maior partido da oposição, classificou hoje como “politicamente motivadas” as acusações do porta-voz da polícia angolana sobre a responsabilidade do partido na desordem após as manifestações de sábado, admitindo mover um processo por calúnia e difamação.
A Amnistia Internacional (AI) diz que, além das prisões efectuadas em Luanda e Benguela durante as manifestações de sábado, 17, as autoridades angolanas detiveram três pessoas em Cabinda, mas a organização de defesa dos direitos humanos esta ainda a fazer o levantamento da situação.
O deputado da UNITA Domingos Epalanga diz ter sido sequestrado por cerca de três horas no sábado, 17, dia em se realizaram manifestações em várias cidades contra a subida dos preços dos combustíveis, fim da venda ambulante e da proposta de lei que muda o estatuto das organizações não governamentais.
A UNITA, oposição angolana, disse hoje que as autoridades estão a criar um “bode expiatório” para tentar fugir à essência dos problemas do país, com a acusação do seu alegado envolvimento na organização das manifestações de sábado passado.
O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) anunciou hoje a detenção de alguns dos seus membros no Huambo e repudiou o que disse ser um “comportamento pidesco, rústico e canino” da polícia.
A policia angolana acusou hoje a UNITA, maior partido da oposição, de estar envolvida em atos de desordem e arruaça durante as manifestações que se realizaram no sábado a nível nacional e que as autoridades reprimiram em várias províncias.