A informação surge numa nota enviada à Lusa pelo ministério, que anunciou a 13 de dezembro que estava a investigar denúncias sobre o recurso a fezes humanas como adubo na quinta de produção de hortaliças Eclebri, sita no Bairro Benfica, Município de Belas, província de Luanda.
De acordo com a nota, foram analisados no laboratório central, entre outros produtos, e além do próprio estrume, tomate miúdo verde, tomate miúdo vermelho, cebola chinesa, pepino e couve chinesa, produzidos naquela quinta, com recurso a exames de parasitologia.
“Pelo exame direto e cheiro das amostras, conclui-se que as amostras são excrementos de origem humana e não foram devidamente curtidas [adubadas] para ser aplicados na produção de hortícolas conforme recomendado tecnicamente”, informou o Ministério da Agricultura e Florestas.
Face aos “parâmetros encontrados nesses alimentos”, o certificado de qualidade do laboratório considerou os referidos produtos como “impróprios para o consumo humano”, acrescentou.
Como “medidas a adotar”, o Ministério da Agricultura e Florestas, através da Direção Provincial da Agricultura e Floresta de Luanda, garante que vai “trabalhar com os outros órgãos” do governo provincial para “interditar a produção e comercialização dos produtos”.
As suspeitas resultaram de relatos difundidos desde 10 de dezembro, nomeadamente nas redes sociais, sobre a utilização de “dejetos humanos” na produção de hortícolas por uma empresa chinesa.
O caso tem vindo a ser comentado nas redes sociais, perante as preocupações dos consumidores com a eventual entrada destes produtos na cadeia alimentar.
“O uso de dejetos humanos na agricultura, sem a necessária e recomendável compostagem, pode colocar em risco a saúde, não apenas dos trabalhadores, mas também dos possíveis consumidores desses hortícolas, sendo que as bactérias coliformes e parasitas presentes nas fezes humanas podem provocar doenças diversas”, recordou anteriormente o ministério.