Na generalidade, os ouvintes defenderam que, os órgãos de Comunicação Social cumpram estritamente o que está estipulado na Constituição.
“Estabilidade eleitoaral é só cumprir aquilo que a Constituição manda, não se inventa mais nada. Porque, a Lei diz assim: informar com pluralismo. Não pode haver sensura, não pode haver nada”.
Os participantes apelam para a boa postura das autoridades governamentais em relaçãos aos órgãos de Comunicação Social, e entendem ser impossível haver um clima harmonioso na sociedade, enquanto houver repressão de jornalistas e activistas cívicos.
“Os nossos dirigentes, sobretudo, eu vou falar mesmo de Angola, que mantêm boa postura. Porque, boa postura é que eles mesmos noutros casos dizem: que não, vamos nos unir, vamos manter boa postura. Mas manter boa postura é como? Então, você que reprime jornalista, você que reprime activistas que só estão a reclamar um direito que está consagrado na Constituição. Depois no outro lado dizes que não: queremos união, queremos paz, queremos amor, não sei quê, o resto. Isto é contra si mesmo”.
Convidado a analisar o tema, Alexandre Neto Solombe, Presidente do MISANGOLA, mostrou-se insatisfeito pelo retrocesso registado nos meios de Comunicação Social Públicos, devido os vários atropelos à imparcialidade da informação, em particular ao tratamento desigual dos partidos políticos na oposição em beneficio do Partido no Poder.
“Não imaginava que em pleno século XXI tivéssemos o retrocesso que estamos a assistir. Quando uma televisão financiada com os fundos do estado, fundos públicos, se digna num noticiário central, reservar 32 minutos para um ministro da defesa que é pré-candidato dum determinado partido político e as organizações políticas na oposição, os partidos na oposição, à estes partidos conglomerado se dá dois minutinhos, 60 segundos”.
Este Jornalista sénior considerou a situação do jornalismo no país, como abominável e vergonhosa.
“Isto é abominável. Nós estamos a voltar aos tempos primitivos. Tem aqui primitivismo no jornalismo, que é uma vergonha. É abominável, é vergonhoso o que se está a passar em Angola”, lamentou, considerando ser uma situação deliberadamente organizada.
“Há uma centralização, um comando. Isto tem mando. Porque todas as reclamações que são feitas caem no outo do vazio”.
Alexandre Neto Solombe acredita, entretanto, em dias melhores, dado a pressão da sociedade sobre o desempenho dos órgãos de Comunicação Social Públicos.
KUP Press