A informação foi avançada hoje à agência Lusa, pelo secretário-geral adjunto do Sindicato dos Enfermeiros de Luanda, António Kileba, lembrando que caso não haja respostas plausíveis do governo de Luanda, até agosto, "os enfermeiros entrarão em greve até à satisfação de todas reivindicações", abrangendo um total de 6.000 técnicos.
"Daí a razão da motivação desse processo reivindicativo, que culminou então no dia 03 de maio, com uma possível negociação, onde o governo assumiu as culpas de não ter pago antes e respondido às nossas preocupações, assumindo terminar com este processo até ao mês de agosto, pagando os retroativos", disse.
De acordo com o sindicalista, a predisposição do governo de Luanda em resolver as reivindicações dos técnicos de enfermagem da capital angolana, foi manifestada na última semana, durante uma reunião que o sindicato manteve com o vice-governador da província, tão logo as autoridades tomaram conhecimento da greve inicialmente marcada para esta segunda-feira.
"O comunicado de greve foi entregue ao governo no dia 02 de maio e no dia seguinte o governo convocou o sindicato para um possível diálogo, o que nós, do ponto de vista sindical, julgamos extemporâneo, porque num período de cinco anos o governo não conseguiu resolver a situação", explicou.
O Sindicato dos Enfermeiros de Luanda diz aguardar desde 2012 pelas respostas dos 12 pontos que constam do caderno reivindicativo remetido ao governo da província de Luanda, para o "pagamento de retroativos, acertos de categorias, ajuste salarial e pagamento de subsídios".
Segundo António Kileba, apenas "foi resolvida, pela metade, o pagamento de retroativos", sendo que "o pagamento de um adicional de 40% ao salário base dos enfermeiros técnicos médios, que trabalham em localidades onde não existe um médico, e 60% aos técnicos básicos" continuam até ao momento "sem respostas do governo".
O secretário-geral adjunto do Sindicato dos Enfermeiros de Luanda fez saber também que do encontro mantido, na última semana, com o governo de Luanda, resultou na criação de duas comissões de trabalhos para verificarem as reivindicações da classe.
"Uma comissão que vai trabalhar em função dos pagamentos dos retroativos, já a partir de hoje, e a outra comissão, que vai trabalhar em função do pagamento dos subsídios de consulta, foi nesta vertente que se motivou a suspensão da greve", apontou.
LUSA