Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Enfermeiros de Luanda, António Kileba, afirmou que as promessas das autoridades em resolverem as preocupações da classe ficaram "apenas no papel", daí a "decisão unânime" de avançar para a greve.
"Todas as promessas das autoridades nos últimos encontros que mantivemos até hoje ficaram apenas no papel, os prazos terminaram, por isso, no dia 03 de maio, os associados em assembleia decidiram por unanimidade partir para esta greve no dia 21 deste mês", disse.
De acordo com o sindicalista, as declarações de greve deram entrada hoje mesmo no Governo da Província de Luanda, Ministério da Saúde e no gabinete provincial da Saúde, porque, face ao silêncio das autoridades, o prazo da moratória terminou.
"Aparentemente havia uma luz no fundo do túnel, mas as esperanças vão sendo esgotadas, porque os prazos terminaram. Através de um documento, alertámos a entidade empregadora, mas infelizmente até à presente data, 30 dias depois, não temos qualquer informação verbal ou escrita por parte do patronato", adiantou.
O Sindicato dos Enfermeiros de Luanda diz aguardar desde 2012 pelas respostas dos 12 pontos que constam do caderno reivindicativo, remetido ao Governo da Província de Luanda, com o "pagamento de retroativos, acertos de categorias, ajuste salarial e pagamento de subsídios" constantes nas reivindicações.
A carreira de enfermagem, falta de promoção do pessoal e ainda o envelhecimento de quadros do setor são outras preocupações de cerca de 7.000 enfermeiros da capital angolana, segundo António Kileba.
"Deixamos vários alertas para a necessidade das autoridades de Luanda olharem e valorizarem a classe de enfermeiros, que se sacrifica diariamente para manter os hospitais e centros de saúde funcionais, apesar das condições precárias, mas estes continuam no silêncio", acrescentou.
Por isso, observou, foi decidido "avançar para esta greve, que será interpolada", podendo a paralisação durar "entre cinco e oito dias por semana".
Em julho de 2017, os enfermeiros de Luanda haviam suspendido uma greve, após promessas das autoridades na resolução das suas reivindicações.