O Instituto Nacional da Criança (INAC) registou, entre Janeiro e Dezembro do ano passado, 82 denúncias de raptos e 58 de tráfico de crianças. Em relação aos casos de tráfico, pelo menos 90% das supostas vítimas (53 menores) foram crianças do sexo masculino e 10% do feminino, enquanto os números referentes a cidadãos que terão sido "comercializados" no mercado de tráfico apontam para 32 homens e 26 mulheres.
Os números do INAC contrastam com os dados avançados, esta semana, pelos Serviços de Investigação Criminal (SIC), em conferência de imprensa, segundo os quais, durante o ano 2020, Luanda registou mais de 270 denúncias de raptos, "mas que se revelaram sem fundamentos".
Em declarações ao Novo Jornal, fonte do INAC confirmou a existência de casos de raptos e tráfico de menores e afirmou que alguns casos estão a ser acompanhados pela instituição.
"São denúncias que chegaram até nós a nível das 18 províncias, tanto por via telefónica como presencial. Temos acompanhado alguns casos, mas não podemos alarmar as pessoas", informou.
Os números do SIC também são diferentes dos revelados, recentemente, pelo porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional (PN), Nestor Goubel, que apontava para o desaparecimento de 332 crianças, sendo que apenas 174 casos foram esclarecidos.
A nível nacional, o INAC registou 140.989 casos de violência contra a criança. O número resulta de 135.179 denúncias feitas via telefónica e 5.810 presenciais. Fuga à paternidade continua a liderar a lista das queixas, com 53.971 ocorrências. NJ