Segundo a polícia, seis pessoas que integravam um grupo de 300 elementos ligados ao Movimento do Protetorado Lunda Tchokwe foram mortas na sequência de um alegado “ato de rebelião” quando tentavam invadir uma esquadra.
O balanço inicial da polícia apontava para quatro mortos.
A versão policial é contrariada pelos dirigentes do movimento, que falam em 15 mortes e dizem que as forças angolanas dispararam contra manifestantes desarmados.
Já a OMUNGA contabiliza cerca de 12 cidadãos mortos e cinco feridos durante os incidentes na vila mineira de Cafunfo-Cuango, de que tomou conhecimento com “muita tristeza e preocupação” através das redes sociais.
“Este ato desumano é resultante de um confronto entre as forças da ordem e segurança e os cidadãos do Movimento do Protetorado Lunda Tchokwe na véspera de uma manifestação pacífica convocada por estes, para reivindicar a melhoria das condições de vida dos munícipes daquela cidade”, inserida numa região rica em diamantes, mas subdesenvolvida em termos económicos e sociais.
A manifestação iria ter lugar no sábado, mas, “à medida que se aproximava a data, foi lançada uma operação de buscas e detenção dos ativistas (…) como forma de inviabilizar e intimidar todos aqueles que queiram aderir à manifestação”, denuncia a OMUNGA.
“O Estado angolano, uma vez mais, faltou com o seu dever e obrigação de proteger a dignidade da pessoa humana que constitui a premissa maior num estado democrático e de direito”, salienta ainda, num comunicado, considerando que o que aconteceu em Cafunfo-Cuango viola gravemente a Constituição da República de Angola, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros instrumentos internacionais ratificados pelo Estado Angolano.
“A OMUNGA condena veementemente o comportamento e a atitude das forças de ordem e segurança de Angola e, ao mesmo tempo, pede que se faça investigação imparcial que visa a responsabilização criminal dos agentes que estiveram diretamente envolvidos nas mortes”, acrescenta o documento da organização, assinado pelo diretor executivo, João Malavindele Manuel, que manifesta solidariedade às famílias.