Quebra de contrato com as operadoras aumenta lixo na capital

Post by: 08 Fevereiro, 2021

Amontoados de lixo nas ruas, passeios e estradas e contentores a transbordar é o cenário actual, na província de Luanda.

Após suspender unilateralmente os contratos com as empresas de recolha de resíduos sólidos, devido às dívidas acumuladas pelo GPL, algumas operadoras estão a retirar os contentores da via pública. Situação que se verifica nalguns municípios, como Cacuaco e Kilamba Kiaxi, apurou o Expansão, e, como resultado, as pessoas depositam o lixo no chão.

A falta de contentores e a dificuldade de acesso nas zonas periféricas contribuem para o insucesso dos variadíssimos programas que Luanda já implementou para combater a acumulação de lixo na rua.

De acordo com fonte do GPL, o Ministério das Finanças suspendeu as dotações orçamentais destinadas exclusivamente ao pagamento das operadoras de limpeza da capital, por representar um peso para a dívida pública. Como consequência, o Governo de Luanda viu-se obrigado a rescindir os contratos de prestação de serviço com as referidas empresas, que implicavam custos muito altos, elevando a dívida às operadoras para os 950 mil milhões Kz. A fonte acrescenta que o GPL vai apresentar um novo concurso público para a limpeza da capital.

O ambientalista Vladimir Russo disse ao Expansão que a capital produz cerca de 5 mil toneladas de lixo e a deficiente gestão dos resíduos é um problema de saúde pública, que está a "arrastar-se" para outras dimensões, cujos efeitos põem em risco a vida da população. "Não é a primeira vez que o GPL suspende contratos com as operadoras de limpeza por falta de pagamento", explicou.

Russo avançou que, em 2016, foi implementado um modelo em que o cidadão tinha de comparticipar com uma taxa mensal para pagar a recolha e tratamento do lixo que produzia, mas fracassou, porque o valor era indexado à factura da energia. O Governo não fez uma avaliação criteriosa da situação.

"Para reduzir os amontoados de lixo, uma das soluções é a implementação de novos modelos, como a recolha "porta a porta" por meio de motorizadas "de três rodas", porque gera emprego e é mais barato, registar os "catadores" de lixo e organizá-los em cooperativas", concluiu o ambientalista Vladimir Russo. EXPANSAO

Last modified on Segunda, 08 Fevereiro 2021 13:30
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