"Muitos países e fornecedores estão a pedir mais petróleo e estar a pedir à OPEP+ [grupo da OPEP e mais produtores que representam cerca de 70% da produção mundial] para aumentarem a produção petrolífera", disse Diamantino Azevedo, numa declaração citada pela agência de informação financeira Bloomberg, rejeitando, no entanto, esses pedidos.
"Na minha modesta opinião, o plano atual de aumentar a produção em 400 mil barris por dia é adequado e não há necessidade de o alterarmos", disse o ministro, apoiando as declarações públicas dos últimos dias do Azerbaijão e Arábia Saudita.
Nas últimas semanas, os países consumidores de petróleo têm andado cada vez mais preocupados com a subida do preço do petróleo, que veio desde os 50 dólares por barris até mais de 85 atualmente, com o Presidente da Rússia a admitir que os 100 dólares por barris não era um cenário descabido.
Com a subida da inflação a empurrar vários bancos centrais para aumentarem as taxas de juro, países como os Estados Unidos da América, Índia e Japão estão a fazer uma intensa pressão diplomática sobre o cartel para que, na reunião de quinta-feira, aprovem um aumento da produção na esperança de conter ou abrandar a subida dos preços.
De acordo com fontes da energia contactadas pela Bloomberg, uma eventual aceleração da subida da produção de petróleo para acima do atual plano de aumento de 400 mil barris por dia, eventualmente acertada na reunião de quinta-feira, não faria os preços da eletricidade descer.
De acordo com esta visão, a OPEP+ está a ser usada como bode expiatório de uma crise que não criaram, porque o problema não é o petróleo mas sim a subida dos preços do gás natural e do carvão, que inflacionou o custo da eletricidade para os consumidores.