Segundo o coordenador da comissão de instalação do Sindicato dos Funcionários Judiciais do Tribunal Supremo de Angola, Domingos Feca, a greve, entretanto suspensa, será retomada caso não seja atendida a exigência de equiparação salarial com os colegas de tribunais superiores.
Domingos Feca disse que estava agendada para hoje uma reunião com o presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, mas foi adiada, devendo acontecer na próxima semana.
“Não sabemos o que vem daí, estamos à espera se possivelmente seremos notificados e estamos a aguardar, seguindo a nossa agenda normal”, referiu.
O sindicalista frisou que deste encontro sairá a decisão se será retomada a segunda fase da greve ou não.
“Estamos a finalizar a primeira semana da retoma dos trabalhos, segunda-feira será a última, conforme foi agendado, se não houver nada voltaremos a paralisar por mais 15 dias. Enquanto não houver nada de concreto, o ritmo será este, 15 dias de trabalho, 15 dias de paralisação”, frisou.
De acordo com coordenador da comissão de instalação do Sindicato dos Funcionários Judiciais do Tribunal Supremo, nas duas semanas de paralisação não se realizaram julgamentos, o que provocou um congestionamento de processos.
“Nesta altura há um acúmulo de trabalho, estamos a dar vazão àquilo que realmente convém, no sentido de diminuir também algum congestionamento, pressão dos processos, mas se nada se resolver, teremos novamente esta dificuldade que a paralisação causa”, salientou.
Esta é a terceira greve que se realiza (a primeira teve lugar em 2017 e a segunda em 2020), "sempre com as mesmas razões", isto é, pedido de equiparação salarial com funcionários dos tribunais Constitucional, de Contas e Supremo Tribunal Militar, cuja diferença face aos do Supremo "é abismal".
Com cerca de 200 funcionários efetivos, a greve salvaguarda serviços mínimos, nomeadamente vigilância, receção de expedientes, principalmente a tramitação de processos com arguidos que precisam ser soltos.