“De igual forma pretendemos construir a ligação do CFL (Caminhos de Ferro de Luanda) de Malanje até ao Saurimo e até ao Luena, materializando desta forma a interconexão das linhas de conexão do CFL e do CFB (Caminhos de Ferro de Benguela), estamos a falar de um primeiro passo da conexão entre as três linhas férreas”, afirmou o secretário de Estado para os Transportes Terrestres angolano.
Jorge Bengue, que falava na abertura do I Ciclo de Conferências Técnicas Ferroviárias de Angola, assegurou também que decorrem trabalhos para a criação de condições para a construção do metro de superfície de Luanda.
Os trabalhos para a construção do metro de superfície, assinalou, surgem da urgência e necessidade de melhorar “a oferta do serviço de mobilidade na cidade de Luanda”.
O governante recordou a aquisição recente de 10 unidades automotoras (locomotivas) para o serviço de transporte urbano e suburbano de passageiros, referindo que sete já se encontram em circulação em Luanda e as restantes entram em circulação em breve na província de Benguela.
“Prevemos a aquisição de mais unidades para as cidades do Lubango e Namibe bem como reforços às cidades de Luanda e de Benguela, indo de encontro com os desafios atuais do ponto de vista de irmos dando respostas eficazes e proporcionais à dimensão da necessidade da mobilidade urbana das principais cidades do nosso país”, notou.
Para a nova legislatura governamental, acrescentou, as autoridades do setor vão reabilitar o troço ferroviário Zenza-Cacuso, uma extensão de cerca de 215 quilómetros, “um troco que não foi contemplado no programa da estruturação da rede ferroviária”.
“E hoje tem sido este troço o grande embaraço na operação do CFL a Malanje que dura hoje nove horas, daí que se pretende melhorar a segurança operacional desta linha encurtando a distância”, apontou.
Em relação à história dos caminhos-de-ferro de Angola, que assinala em 31 de outubro 134 anos, Bengue recordou que a rede ferroviária do país congrega três empresas, nomeadamente os CFB, CFL e os Caminhos de Ferro de Moçâmedes (CFM), numa extensão de cerca de 2.730 quilómetros.
Hoje “somos todos desafiados a melhorar os serviços de transportes ferroviários em Angola, esta missão não é só exclusiva do Governo, é uma tarefa de cada um de nós enquanto regulador, enquanto operador, parceiros, passageiros e a todos que têm algum papel em prol da ferrovia de Angola”, assinalou Jorge Bengue.
Transportes ferroviários e seu impacto na mobilidade, infraestrutura ferroviária do CFL no troço Zenza-Cacuso e seus constrangimentos, a importância do sistema de sinalização e comunicações na exploração comercial ferroviária são alguns dos temas em análise no encontro.