“Pouco se vê [de] empresas nossas, da lusofonia, a posicionarem-se na área de engenharia e prestação de serviços. E nós temos de pensar em reverter isso”, defendeu, em declarações à Lusa, Salimo Abdula, à margem da reunião do Conselho de Ministros da CPLP, em Bissau.
“A CPLP, dentro de mais ou menos uma década ou pouco mais, vai representar 25 a 27% da produção energética mundial. Se não nos organizamos agora como comunidade lusófona”, sobretudo face “ao perfil e agressividade das empresas maioritariamente francófonas ou anglófonas (…), estaremos em prejuízo”, alertou o empresário moçambicano.
Abdula afirmou que, para a CPLP se assumir como uma comunidade relevante, é preciso que os líderes políticos atuem com “estratégias conjuntas que possam privilegiar” as empresas lusófonas “com maior permanência nos maiores projetos” ligados ao gás e petróleo.
“Se vamos ser uma comunidade relevante no globo, é preciso que existam políticas, e aqui há também um chamamento para os líderes políticos. (…) Não sei se não lhe chamaria uma OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo], mas algo assim, porque é precisa uma concertação das nossas nações”, sustentou.
O empresário lembrou que “algumas empresas [lusófonas] já têm alguma capacidade tecnológica”, como por exemplo em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, que começa a dar os primeiros passos.
Por outro lado, concluiu, “uma grande parte dos países da lusofonia estão a afirmar-se como grandes produtores” de gás e petróleo “para o futuro, como é o caso de Timor-Leste, Brasil, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, e Guiné-Bissau também”.
A XV Cimeira da CPLP decorre na capital da Guiné-Bissau, país que passa a assumir a presidência da organização durante dois anos, sucedendo a São Tomé e Príncipe.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.