Dos quatro arrolados no processo 596/2025, João Mulunda “Talaya”, pronunciado no crime de homicídio qualificado em razão da qualidade da vítima e sob a forma consumada em co-autoria material, foi ouvido segunda-feira, início da sessão de julgamento, cujo crime ocorreu a 1 de Março último.

De 48 anos de idade, é o único que responde em prisão preventiva e é considerado pelo Ministério Público como o principal suspeito da morte da própria esposa.

Os outros três co-arguidos, nomeadamente Aílton Sachindele Cardoso, José Xavier Capingãla e Vitorino Armando Chilunda, foram ouvidos esta terça-feira, durante a audiência, na 3ª secção das questões criminais sob a presidência do juiz de direito, Cipriano Tchivinda.

Dos envolvidos, Aílton Sachindele Cardoso é acusado de ser autor material do crime de favorecimento pessoal, enquanto José Xavier Capingãla e Vitorino Armando Chilunda foram indiciados como autores morais e materiais do crime de atentado contra a integridade de restos mortais.

Esta terça-feira, foram, igualmente, ouvidos quatro dos 15 declarantes, arrolados no processo que conta ainda com duas testemunhas.

Para quarta-feira, o tribunal prevê ouvir os demais declarantes e as duas testemunhas.

Na leitura das peças processuais, o Ministério Público afirmou que existem nos autos indícios suficientes de que, a 1 de Março deste ano, o co-arguido João Mulunda “Talaya” terá, com a sua viatura durante uma briga, atropelado mortalmente a própria esposa, Sónia Mulunda, que, em consequência, bateu com a cabeça num lancil.

Em seguida, o co-arguido, segundo a acusação, apercebendo-se da queda da vítima, arrastou-a para um espaço de, aproximadamente, 18 metros e colocou-se em fuga, deixando-a estatelada sobre o asfalto, sem prestar qualquer socorro, cenário presenciado pelo co-arguido Ailton Cardoso e por algumas testemunhas.

A vítima terá sido socorrida pelos presentes, no Hospital Geral do Huambo, ainda apresentando sinais vitais, porém, por volta das duas horas da madrugada, veio a falecer, sendo que, das constatações médicas, as lesões que apresentava resultaram do arrasto no asfalto e da queda da viatura.

O Ministério Público acrescentou que, ouvidos em interrogatório, os arguidos aceitaram a prática dos factos, mostrando-se arrependidos com o sucedido, tendo agido de forma consciente, deliberada e livre, mesmo sabendo que a conduta é proibida por lei.

Dos quatro acusados, apenas João Mulumba “Talaya” está detido, enquanto os demais respondem em liberdade, sob o termo de identidade e residência interposto pelos seus advogados. ZZN/ALH