A posição foi assumida pelo ex-Presidente da República no discurso de abertura da IV reunião ordinária do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que se realiza durante todo o dia de hoje em Luanda, a primeira após as eleições gerais de 23 de agosto, às quais José Eduardo dos Santos já não se recandidatou, após 38 anos no poder.
Contudo, na mesma intervenção, o líder do partido, com 75 anos, não apontou qualquer prazo para deixar a presidência do MPLA ou para a marcação de um congresso extraordinário, depois de há um ano e meio ter adiantado que em 2018 pretendia deixar a vida política ativa.
Para José Eduardo dos Santos, a vitória do MPLA nas eleições de agosto (com 61% dos votos), "foi o resultado do empenho e da entrega total dos militantes, simpatizantes e amigos do partido que, durante a campanha eleitoral, não pouparam esforços no apoio às iniciativas que visavam esclarecer, divulgar e mobilizar o eleitorado em torno dos objetivos" do partido.
"Felicito também os camaradas João Lourenço e Bornito de Sousa, cabeças-de-lista do MPLA [às eleições gerais, eleitos Presidente e vice-Presidente da República], que souberam cumprir com brilho a nobre missão que lhes foi confiada pelo Comité Central, galvanizando com mestria e de forma incansável o eleitorado, e o povo em geral, para obtermos o resultado favorável e assim mantermos o poder político [desde a independência, em 1975]", disse José Eduardo dos Santos.
Nesta que foi a primeira intervenção pública desde que João Lourenço - que é também vice-presidente do MPLA - foi empossado como chefe de Estado angolano, a 26 de setembro, José Eduardo dos Santos exortou os 150 deputados eleitos pelo partido para que "cumpram com zelo e dedicação o seu principal desígnio, que é o de representar condignamente os interesses do povo".
"O MPLA felicita também a postura do eleitorado angolano que deu ao mundo uma excelente lição de civismo, de maturidade política, com um comportamento disciplinado e tolerante, que deve ser louvado a todos os títulos", disse.