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Banco Nacional de Angola elimina limite de variação do kwanza nos leilões e permite desvalorização

Post by: 22 Outubro, 2019

O Banco Nacional de Angola deixou de impor o limite de uma variação máxima de 2% nos leilões de divisas que realiza diariamente, permitindo assim que a moeda nacional oscilasse livremente, segundo o regulador financeiro.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, a regra que limita a variação no valor do kwanza a 2% foi introduzida em 2018, e desde setembro que essa limitação foi levantada, o que, na prática, permitiu que a moeda nacional oscilasse mais livremente nos leilões de divisas a que os bancos concorrem.

"A informação é correta", respondeu o porta-voz do banco, quando questionado pela Bloomberg sobre se a limitação foi levantada, o que acelerou a desvalorização da moeda nacional angolana.

Desde o princípio do ano, a moeda já caiu 32%, e só este mês a queda foi de 18%, sendo agora necessários 453 kwanzas para comprar um dólar, o que é o pior desempenho entre as 140 moedas monitorizadas pela Bloomberg.

Segundo a agência de informação financeira, o kwanza acelerou a desvalorização depois de o banco central ter começado a fazer leilões de 10 milhões de dólares por dia, no dia 9 deste mês, data em que terá deixado de usar completamente a regra da limitação, já que apesar de ter deixado de impor a limitação mais no princípio do ano, na prática ainda impedia que o kwanza oscilasse mais de 2% em cada leilão.

Na quarta-feira, o Banco Nacional de Angola vai fazer uma reunião extraordinária do Comité de Política Monetário, devendo mexer na taxa de juro, atualmente em 15,5%, para suster a desvalorização do kwanza e controlar a inflação.

Nas ruas, o dólar já é trocado por 600 kwanzas, de acordo com o câmbio paralelo que está a ser praticado nas ruas de Luanda.

Ao abrigo do programa de assistência financeira do FMI, o Governo de Angola está a ser aconselhado a permitir a flexibilização do kwanza para permitir uma aproximação entre a taxa oficial e a taxa real, depois de já no ano passado ter abandonado a indexação ao dólar.

O excesso de procura de moeda externa, indicado pelo alargamento da diferença entre a taxa oficial e a paralela, só será resolvido quando a taxa de câmbio se ajustar livremente em todos os leilões", escreveu o FMI numa nota divulgada em junho, na qual concluía que "as restrições [então] existentes devem ser resolvidas para facilitar a formação do preço baseada no mercado e melhorar a flexibilidade da taxa de câmbio de forma a proteger melhor a economia dos choques externos".

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