O responsável falava aos jornalistas na sede nacional do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em Luanda, no final de uma reunião destinada a fazer o balanço preliminar das eleições gerais, cujas assembleias de voto fecharam às 18:00 de quarta-feira.
"A vitória do MPLA é inequívoca, praticamente incontornável, e ela está-se a consolidar em termos numéricos e acreditamos que nas próximas horas já podemos começar a anunciar os números que são ansiados pelos cidadãos", disse João Martins, na mesma declaração, logo após o cabeça de lista e vice-presidente do partido, João Lourenço, ter abandonado a sede do partido.
Numa altura em que decorre o escrutínio das 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, e quando a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), no seu último pronunciamento, cerca das 23:00 de quarta-feira, não avançou resultados provisórios nem prazos para o efeito, o responsável do MPLA afirma que a vitória do partido "está a ser confirmada a cada passo".
"O que temos a dizer é que devemos aguardar com serenidade, quer os resultados que vão ser divulgados pelos órgãos institucionais competentes, nomeadamente a CNE, quer aqueles que outros setores vão fazendo a sua divulgação. O MPLA está confiante, cada vez mais confiante, agora com maior certeza, depois de já ter feito uma apreciação preliminar dos resultados que os seus delegados de lista forneceram ao centro coordenador da campanha e que estivem em apreciação pela direção do partido", acrescentou.
Contagem está a decorrer - CNE
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola informou que está a decorrer a contagem nas mesas de voto das eleições gerais de quarta-feira, processo que permitirá a elaboração das atas de operações eleitorais e síntese do processo de votação.
Em conferência de imprensa, a porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, avançou que a contagem dos votos é feita nas mesas de voto e posteriormente elaboradas as atas, que são igualmente entregues aos delegados de lista das forças políticas concorrentes presentes mesas de voto.
Segundo Júlia Ferreira, as atas são entregues às comissões municipais eleitorais e posteriormente remetidas às comissões provinciais eleitorais, para efeitos de apuramento provincial.
Relativamente à ata síntese da assembleia de voto, a responsável deu a indicação de que "tão logo seja enviada para os centros de escrutínio provinciais e para o centro de escrutínio nacional, a CNE estará em condições de passar a divulgar os resultados provisórios, que são feitos com base na ata síntese das assembleias de voto".
Júlia Ferreira disse que a CNE vai reunir o seu plenário, para fazer um balanço daquilo que foi o ato eleitoral realizado quarta-feira em Angola.
Num balanço sobre o ato eleitoral em si, a porta-voz do órgão eleitoral afirmou que "o ato eleitoral correu sob feição", destacando o "papel cívico, ordeiro, de respeito pela legalidade, pelas instituições angolanas", assumidos pelos eleitores angolanos.
"E parece-nos, sem qualquer dúvida inquestionável, que estamos em condições de dizer que o ato eleitoral correu sob feição", atestou.
A CNE apontou anteriormente para as próximas horas a divulgação dos resultados provisórios.
"Em termos gerais, os angolanos estão de parabéns, o país está de parabéns, ganhou a democracia, ganhou o pluralismo multipartidário, os angolanos e vamos agora dar sequência aos nossos trabalhos, fazendo uma retrospetiva geral daquilo que foi o dia de hoje, dia 23 de agosto", acrescentou.
Angola realizou quarta-feira as suas quartas eleições, às quais concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Partido de Renovação Social (PRS), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e Aliança Patriótica Nacional (APN).
A CNE constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, com 9.317.294 eleitores em condições de votar.
A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).