O acordo foi rubricado entre a ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, e pelo diretor regional do Banco Mundial para Angola, Burundi, República Democrática do Congo e São Tomé e Príncipe, Albert Zewfack.
Na sua intervenção, a vice-presidente do BM, Vitoria Kuakua, referiu que este projeto apoia o “pilar crítico” da diversificação do próximo plano de desenvolvimento nacional, destacando a importância de Angola desenvolver os setores não petrolíferos para reduzir a exposição à volatilidade do preço e produção do petróleo.
Vitoria Kuakua salientou que Angola tem um grande potencial para tornar-se uma potência agroindustrial e para desenvolver outros setores, como os serviços tecnológicos, que podem criar empregos nos centros urbanas, papel que deve ser liderado pelo setor privado.
Segundo a responsável, as estatísticas angolanas referem que mais de 80% das empresas são micro, com menos de cinco trabalhadores, 60% das quais no comércio, metade das quais em Luanda, frisando que “o setor privado não está a desempenhar um papel suficiente na criação de bons empregos”.
A vice-presidente para África do BM realçou que Angola precisa que novas tecnologias entrem em serviço, que cresçam e se expandam, acelerando desse modo o crescimento da produtividade a criação de emprego e ligando-as aos mercados regionais e internacionais.
“Precisa também de um setor financeiro sofisticado, que conceda crédito às empresas viáveis e aos empresários talentosos, oferecendo deste modo produtos adaptáveis às micro, pequenas e médias empresas e às empresas em fase de arranque”, referiu.
O documento assinado entre as partes, destacou Vitoria Kuakua, tem como objetivo aumentar o investimento privado no crescimento das micro, pequenas e médias empresas, de formas a que sejam resistentes ao clima e com foco no corredor do Lobito, essencial para a diversificação da economia, na medida em que liga o litoral às zonas agrícolas bem como aos países vizinhos.
“O seu objetivo visa catalisar investimentos públicos e privados em infraestruturas produtivas no corredor do Lobito, através de parcerias público-privadas e investimentos de 100 milhões de dólares em infraestruturas e de trabalhos de última linha, apoiará igualmente o esforço da capacidade das empresas e adoção de tecnologias, bem como facilitará a concessão de empréstimos comerciais a estas micro, pequenas e médias empresas, através de linhas de crédito”, disse Vitoria Kuakua sobre a iniciativa que esperam beneficiar 12.000 empresas.
Por sua vez, o ministro da Economia e Planeamento de Angola, Mário Caetano João, considerou o Corredor do Lobito a “próxima fronteira” da economia angolana, realçando a “dinâmica interessante” pelo lado do setor dos transportes ao concessionar a linha férrea do Corredor do Lobito a um consórcio, “que vai trazer uma outra dinâmica”.
O governante angolano destacou a participação da Agência Multilateral de Garantia de Investimento do Banco Mundial no processo de concessão da linha férrea do Corredor do Lobito, ajudando na sua materialização.
“Agora temos um outro braço do BM, que é o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, que vem agora também apoiar desta vez o setor privado e as infraestruturas necessárias para darmos outra dimensão àquilo que é o Corredor do Lobito”, frisou.
O ministro da Economia e Planeamento angolano sublinhou que na semana passada visitou o país uma equipa do Banco Africano de Desenvolvimento, com foco no desenvolvimento rural e aumento da produção ao longo do Corredor do Lobito, bem como para na zona leste, o que representa a criação de várias condições para a montagem de uma cadeia de valor ao longo do Corredor do Lobito.
“Temos estado a incentivar um outro braço do BM, que é o IFC [Corporação Financeira Internacional], o braço privado do BM para se juntar a este movimento de desenvolvimento do nosso país e trazer aqui financiamento para o setor privado”, adiantou.