Angola regista recuo de 8% do setor petrolífero no último trimestre

Post by: 26 Agosto, 2025

O setor petrolífero angolano recuou 8% no último trimestre, revelou hoje o ministro de Estado para a Coordenação Económica, que descreveu um cenário "com momentos de ligeiro crescimento, mas volta e meia, de forte recuo".

José de Lima Massano falava durante uma reunião com operadores industriais de bens alimentares, que decorreu na unidade industrial Foodetec, no Polo Industrial de Viana, para analisar o estado do setor, avaliar os desafios e oportunidades.

Segundo José de Lima Massano, é necessário que a economia angolana tenha solidez suficiente para compensar esse comportamento do setor petrolífero, que continua a ter um peso na economia angolana de quase 20%, mas que tem estado a recuar, com "o agro a subir", seguido do setor do comércio.

"Daí a importância de termos o setor não petrolífero com um grande dinamismo e, particularmente, lá onde Angola tem, à partida, elevado potencial, e aqui falamos do setor primário, isto em encontro com o setor transformador alimentar, pelo impacto que tem", referiu José de Lima Massano.

O governante sublinhou que Angola tem procurado uma interação estável com os países vizinhos, por serem um mercado importante para a expansão da sua atividade, destacando ainda o acordo de parceria estratégica assinado, segunda-feira, em Luanda, com os Emirados Árabes Unidos, "que também abre uma nova janela de oportunidades", além do mercado regional e continental.

José de Lima Massano realçou que Angola tem um grande potencial e as oportunidades têm de ser aproveitadas, lembrando que o país regista já um alto nível de autossuficiência em frutas e hortícolas, bem como em tubérculos.

"Temos hoje a batata-doce, a batata rena, que também o nível de autonomia é relevante. No domínio das pescas, o quadro é conhecido, temos alguns desafios para a nossa organização de toda a cadeia, permitindo que estes produtos também possam chegar de forma mais competitiva aos consumidores e a um preço mais justo, na produção de carne também temos iniciativas interessantes a ocorrer um pouco por todo o país", descreveu o ministro.

Relativamente à carne suína existem iniciativas concretas que vão também, "num horizonte temporal muito curto provocar grandes transformações", com a perspetiva de que em 2026, o país alcance um grau maior de autonomia, estando fora de preocupação a produção de carne caprina, frisou José de Lima Massano.

Em declarações à imprensa, o ministro da Indústria e Comércio de Angola, Rui Miguêns de Oliveira, adiantou que foram abordadas na reunião questões sobre a intensificação da capacidade de produção alimentar essenciais que o país consome, bem como a forma de garantir a qualidade dessa produção e sua distribuição.

Rui Miguêns realçou o crescimento significativo, "sustentável e constante" da produção industrial alimentar, com capacidade de cobertura total de bens de amplo consumo da população, em alguns segmentos.

No encontro os empresários apresentaram como preocupações a questão da regulamentação, a intervenção dos organismos públicos sobre as suas necessidades e com a evolução que o mercado possa vir a ter.

"O que nós garantimos é que, em primeiro lugar, o Governo continua apostado a prestar o suporte nos mecanismos e instrumentos de financiamento público, onde for possível e necessário, e também nas infraestruturas o Governo vai garantindo que continuam a ser a nossa principal aposta", adiantou o ministro.

Ao mesmo tempo, prosseguiu Rui Miguêns de Oliveira, o Governo tem olhado para a desburocratização dos processos, "algo que também tem estado a acontecer".

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