União Europeia apoia pequenas e médias empresas angolanas no acesso financeiro

Um projeto de apoio às micro, pequenas e médias empresas no acesso ao financiamento, denominado "Envolver", foi hoje lançado, em Luanda, no âmbito de um financiamento de dois milhões de dólares da União Europeia ao Governo angolano.

De acordo com uma nota de imprensa da União Europeia, o projeto, com duração até 2025, será liderado pelo Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), a quem cabe a missão de incentivar e alargar o acesso das micro, pequenas e médias empresas aos serviços financeiros.

O projeto prevê a formação e capacitação de todos os atores envolvidos, nomeadamente as micro, pequenas e médias empresas, bancos comerciais, sistema judiciário, entre outros, através do estabelecimento de um diálogo público-privado estruturado.

"Destinado aos agentes que operam em dinâmicas empresariais, este programa tem como objetivo, por um lado, reforçar a capacidade dos agentes dinamizadores da economia na diversificação de serviços financeiros e na criação de instrumentos financeiros inovadores e, por outro lado, incrementar a melhoria do uso inclusivo desses serviços financeiros mais diversificados e inovadores, junto das micro, pequenas e médias empresas, das mulheres, dos jovens e das populações rurais", refere-se na nota.

A parceria conta com o apoio técnico do IAPMEI e do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) na dinamização de um conjunto de atividades, como ações de formação e sensibilização, desenvolvimento de instrumentos de apoio à gestão, eventos temáticos dirigidos ao setor público e privado, campanhas de sensibilização para o incremento da literacia financeira, entre outras.

No documento salienta-se que atualmente o setor privado e as micro, pequenas e médias empresas enfrentam vários desafios no exercício da sua atividade, nomeadamente barreiras burocráticas à criação de um negócio, acesso limitado a financiamento e a crédito, infraestruturas insuficientes, baixo nível de qualificação dos recursos humanos e dificuldades de acesso à moeda estrangeira.

A embaixadora da União Europeia em Angola, Jeannette Seppen, citada na nota, sublinhou que o projeto "insere-se no esforço conjunto da União Europeia e do Governo angolano para gerar empregos e valor acrescentado para o país, o que necessita mobilizar todos os instrumentos, desde o capital humano até às fontes de financiamento para dinamizar o ambiente de negócios em Angola".

Por sua vez, o presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, Pedro Dominguinhos, referiu que a instituição que dirige está fortemente empenhada neste projeto, para o qual "espera contribuir para o fortalecimento das competências dos quadros angolanos e para a dinamização da cultura empreendedora e da criação de empresas em Angola".

Já o secretário de Estado-adjunto e da Economia português, João Neves, igualmente citado na nota, destacou a importância do projeto que "trará progressos significativos tanto ao nível da capacitação e cooperação institucional, como ao nível do acesso das micro, pequenas e médias empresas a novos serviços financeiros, mais diversificados, inovadores e inclusivos".

Francisco Sá, presidente da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), considerou o projeto "uma valiosa oportunidade para partilhar experiências e metodologias de trabalho, contribuindo para o enriquecimento institucional do reforço da cooperação entre todos os envolvidos".

- --