O vice-presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, considerado um dos possíveis sucessores do Presidente Robert Mugabe, foi demitido, anunciou hoje o ministro da Informação, Simon Khaya Moyo.
"O excelentíssimo Presidente Mugabe exerceu o seu poder para exonerar, com efeito imediato, o honorável vice-presidente Mnangagwa das suas funções de vice-presidente da República do Zimbabué", disse Khaya Moyo aos jornalistas, em Harare.
Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, apelidado de "crocodilo", tem sido criticado nas últimas semanas por pessoas próximas ao Presidente Mugabe, incluindo a primeira-dama, Grace Mugabe, que o censurou por ter fingido ter sido vítima de uma tentativa de envenenamento em agosto passado.
Os apoiantes do vice-presidente do Zimbabué sugeriram, na altura, que a culpada da alegada tentativa de envenenamento seria a primeira-dama, que desmentiu as alegações.
O ministro da Informação acrescentou que "ficou claro" que o comportamento de Emmerson Mnangagwa "durante o exercício das suas funções se tornou incoerente com as suas responsabilidades oficiais".
"O vice-presidente apresentou sistemática e constantemente falta de lealdade, desrespeito, desonestidade e falta de seriedade", explicou.
A sua demissão ocorre numa altura em que a guerra pela sucessão do Presidente de 93 anos se intensifica, apesar de Mugabe já ter anunciado que se candidatará a um novo mandato em 2018.
A primeira-dama Grace Mugabe é considerada uma das potenciais sucessoras do marido e anunciou no domingo estar pronta para o fazer, depois de o parceiro estar no poder desde a independência de Zimbabué, em 1980.