O procurador Jean-Yves Lourgouilloux pediu ainda o pagamento de uma multa de 30 milhões de euros e a confiscação de todos os bens apreendidos, incluindo um edifício avaliado em mais de 100 milhões de euros.
"Não há espaço para a absolvição", disse o procurador na sua acusação, insistindo em que "a origem destes fundos é fraudulenta" porque vêm "da corrupção, do desvio de fundos públicos".
Filho do presidente Teodoro Obiang, o antigo ministro da Agricultura e das Florestas promovido a vice-presidente pelo seu pai, Teodorin Obiang, 48 anos, está a ser julgado por branqueamento, desvio de fundos públicos, abuso de confiança e corrupção.
Teodorin Obiang não se apresentou no tribunal de Paris que o está a julgar desde 19 de junho e denunciou recentemente "uma farsa que não segue qualquer procedimento legal" e "uma montagem contra o governo legal da Guiné Equatorial e contra África".
O vice-presidente da Guiné Equatorial é o primeiro dignitário africano a ser julgado no quadro dos processos designados de "ganhos ilícitos", iniciados em França sobre as condições de aquisição de ricos patrimónios por parte de vários dirigentes do continente.
O inquérito que levou ao julgamento, iniciado após queixas das associações Sherpa e Transparency International, revelou o considerável património de Teodorin Obiang, que incluía um edifício na avenida Foch, num dos bairros mais exclusivos de Paris, avaliado em 107 milhões de euros, e carros de luxo e desportivos (Porsche, Ferrari, Bentley, Bugatti).
Os seus gastos extravagantes em França contrastam fortemente com o quotidiano no seu país, onde mais de metade dos habitantes tem um rendimento abaixo da linha de pobreza.
O julgamento continua na quinta-feira com os argumentos da defesa, devendo depois ocorrer a deliberação.