Isaac dos Anjos, igualmente primeiro secretário do Comité Provincial do MPLA, falou com a VOA na sequência das notícias que dão como certa a sua exoneração.
Num contacto telefónico de quase 10 minutos, não gravado, Dos Anjos afirmou que as notícias são ‘’uma verdadeira especulação’’ e garantiu que só daqui a quatro meses, ou seja após o pleito eleitoral, será conhecido o seu futuro.
Sem pretender abordar na praça pública problemas internos, já que não tem memória de uma situação idêntica a nível do partido e da administração pública, prometeu trabalhar em nome da coesão.
‘’Estarei aqui até Agosto, disposto a ajudar o MPLA a vencer as eleições. Veremos o que acontece depois, quando forem conhecidos os resultados’’, garantiu o governante.
Os problemas internos a que se refere Isaac dos Anjos trouxeram a Benguela o secretário-geral do MPLA e o chefe do grupo de acompanhamento para a província, Paulo Kassoma e João Martins, respectivamente.
Fontes bem posicionadas dizem que foi pedido ao primeiro secretário do Comité Provincial ‘’contenção verbal’’ nas intervenções, sendo certo que a oposição pode tirar dividendos.
‘’Sou o primeiro a criticar a Administração Geral Tributária (AGT), já que está a ‘atrofiar’ o pouco resíduo empresarial com multas pesadíssimas. Se não formos nós a falar, só porque somos do MPLA, o povo não fala, nem os nossos adversários falam. Falo já agora, para que ninguém mais aborde o assunto na altura das eleições’’, salientou o governador.
Antes das críticas à política tributária, Dos Anjos utilizou, numa entrevista à Rádio Ecclésia, um adjectivo que caiu mal em certos segmentos da sociedade de Benguela.
Tanto é que o empresário Adérito Areias solicitou ao governador um pedido de desculpas, no que viria a provocar um clima de tensão no Comité Provincial.
‘’Só os benguelenses, com a sua visão crítica permanente, não conseguem olhar para as coisas boas que se fazem aqui. São críticas que os fazem melhorar na sua eficiência de ser mujimbeiros, é este o problema’’, considerou Dos Anjos.
Contactado pela VOA, João Martins, citado pelo jornal Chela Press como sustentáculo político da suposta comissão de gestão, limitou-se a responder que não trata de público questões que desconhece.
VOA