O elogio fúnebre do partido em honra e memória do general, hoje enviado à Lusa, destacou um dos “melhores filhos de Angola, um patriota que amou profundamente a sua pátria e a sua gente”.
“Foi um homem que não só participou, mas também fez a História de Angola dos últimos 47 anos”, referiu Augusto Domingos Lutock Liahuka “Wiyo”, que assinou o elogio em nome da direção da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola).
“Senhor General Chilingutila, orgulhaste-nos a todos em todas as batalhas militares, políticas, diplomáticas e administrativas. Foste o melhor!”, sublinhou o general “Wiyo”, assinalando que “a UNITA e Angola jamais esquecerão os seus feitos e os sacrifícios livremente consentidos”.
As cerimónias fúnebres dividiram-se entre o Huambo, onde o militar e dirigente morreu, aos 74 anos, vítima de um enfarte agudo do miocárdio, e Luanda, encerrando na capital angolana com uma homenagem do partido ao seu correligionário, que decorreu na quinta-feira.
Demóstenes Amós ‘Chilingutila’, nasceu em 30 de novembro de 1947, na localidade de Bémbua, Missão Evangélica de Kamundongo, Província do Bié.
Chilingutila, nome atribuído pela avó paterna, significa em português “o que as crianças fazem, os adultos não entendem”, segundo uma nota biográfica distribuída pela UNITA, principal partido da oposição angolana.
Ingressou na vida militar, no Exército Colonial, em julho de 1968, e foi perseguido mais tarde pela polícia política PIDE, tendo sido obrigado a abandonar Luanda.
Em 1974, após o 25 de Abril filia-se na UNITA. Foi nomeado por Jonas Savimbi para Comandante Provincial do Cunene, sendo depois promovido a capitão e aí permaneceu até à retirada estratégica da UNITA das cidades, em 1976, tendo subido progressivamente na hierarquia militar até ao grau de general, em novembro de 1986.
No quadro do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, formado em 1997, no âmbito da implementação do Protocolo de Lusaka, o general Demóstenes Chilingutila foi indicado pela UNITA para o cargo de vice-ministro de Defesa Nacional.
Desde 1976, integrou sempre os órgãos de direção da UNITA e, até à sua morte, foi membro da Comissão Política Nacional e do Conselho Presidencial. Foi eleito deputado pelo círculo nacional, nas eleições de 2008 e reeleito em 2012, tendo pertencido à 2.ª Comissão de Trabalho Especializada da Assembleia Nacional, onde ocupou o cargo de secretário.
Também o Ministério da Defesa e Veteranos da Pátria, liderado por João Ernesto dos Santos “Liberdade” manifestou, na segunda-feira, consternação pela morte do nacionalista, destacando o seu envolvimento na luta anticolonial, nos acordos de Bicesse e na formação das Forças Armadas Angolanas (FAA) entre outros processos que conduziram à paz e reconciliação nacional.