O acto de repressão dos deputados, bem como da activista, ocorreu a 15 Km de Cafunfo, segundo noticiou a Rádio Despertar, em conformidade com informações postas a circular pelo Deputado da UNITA, Nelito Ekuikui.
De salientar que, a referida delegação de Deputados da UNITA, foi enviada ao município do Cuango/ Cafunfo para investigar factos ocorridos naquela região Leste de Angola.
"Os trágicos acontecimentos do dia 30 de Janeiro de 2021, na vila diamantífera de Cafunfo, Município do Cuango, na Província da Lunda Norte, que resultaram no bárbaro assassinato de pelo menos 21 cidadãos angolanos, por elementos das forças de defesa e segurança, de acordo com fontes locais e o ferimento de 2 efectivos das forças de defesa e segurança devem preocupar todo o angolano de sã consciência", conforme uma nota da UNITA.
Tais actos, segundo a mesma nota, representam uma gravíssima regressão da acção do Executivo angolano, no que diz respeito ao cumprimento da Constituição, ao respeito pelo exercício dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, bem como pondo em causa o respeito pelo princípio da dignidade da pessoa humana, do qual está baseado a nossa República e dele decorre o bem maior, a vida.
Perante este quadro, o Grupo Parlamentar da UNITA, condenou novamente tais actos, que considera serem evitáveis se fossem atendidas as petições e reclamações dos cidadãos, sobre a solução dos problemas económicos e sociais que afectam as suas comunidades, primando sempre pelo diálogo e aconselha que se respeite o direito à manifestação, constitucionalmente consagrado.
O Grupo Parlamentar da UNITA, apalou mais uma vez à Assembleia Nacional, que no uso das suas competências, tome uma posição inequívoca sobre os gravíssimos acontecimentos do Cafunfo, para que casos de género não se voltem a repetir, numa altura em que o país caminha para o 19ºano consecutivo da paz militar.
Nestes termos, o Grupo Parlamentar da UNITA, informou à opinião pública o envio da delegação de Deputados para, no local, apurar os factos e posteriormente solicitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
O maior partido da oposição lamentou também a postura parcial dos órgãos de comunicação social públicos, no tratamento destes acontecimentos, pois ao arrepio da lei não foram ouvidas as vítimas, agora acusadas de rebelião, violando o princípio do contraditório, a boa maneira dos velhos e actuais tempos das “ordens superiores”.
De igual modo, o Grupo Parlamentar da UNITA condenou a insensibilidade do Executivo angolano perante a morte de cidadãos angolanos, pelo simples facto de pensarem de modo diferente, pondo em causa o pluralismo de expressão e de opinião, que são fundamentos do estado de direito democrático.