Sem entrar em detalhes sobre os ativos recuperados que poderão ir a concurso, Patrício Vilar indicou que “é compromisso do executivo que estes ativos, uma vez na esfera do Estado, sejam reprivatizados rapidamente, existe a orientação de os enquadrar rapidamente no PROPRIV [Programa de Privatizações]”.
Em dezembro de 2020, o Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Gróz, anunciou que terão sido recuperados cerca de 5,3 mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) no âmbito de processos relacionados com crimes económico-financeiros e patrimoniais, envolvendo dinheiro e bens, incluindo fábricas, supermercados, edifícios, imóveis, residências e hotéis,
O responsável do IGAPE sublinhou que “foi gizada uma estratégia de gestão”, com o objetivo de “reprivatização rápida”, escusando-se a dar pormenores sobre “o que se passa nos bastidores” para não prejudicar as negociações.
“É prematuro dizer quais são as empresas que estão em concurso por que ainda não foram abertos. Vamos deixar a fase da recuperação terminar, quando começar a fase da privatização já sabem as regras, será concurso público”, realçou.
Admitiu, no entanto, que o concurso que envolve o grupo Zahara, que era detido por Manuel Vicente, e pelos generais Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e Leopoldino “Dino” do Nascimento, através da Cochan, vai avançar este ano.
Alem dos hipermercados Kero, o grupo tem também por interesses na área da indústria, serviços e imobiliária.
Na semana passada, após uma assembleia-geral realizada a 19 de fevereiro, o grupo sofreu uma reconfiguração acionista, sendo o capital detido atualmente pelo IGAPE, com 90% das ações, e a Cochan, com 10%, segundo um documento a que a Lusa teve acesso.
Além disso o conselho de administração da Zahara Comércio (Kero), que era presidido por João Santos, cessou funções, sendo nomeados em substituição Domingos Miguel Francisco (presidente) e Miranda Tomé Cassule e Akiules Neto (administradores não executivos).