Amadeu Cortez, que se demarca desta organização, denunciou que a UNITA está a mobilizar antigos militares para realizarem mega manifestações e distúrbios para chamar à atenção das comunidades nacional e internacional sobre a realidade angolana.
Em conferência de imprensa, o antigo tenente-coronel dos Serviços de Inteligência da UNITA, com formação no Togo, na República Democrática do Congo (RDC) e África do Sul, alertou que a missão está a ser instigada pelo Secretário para a Mobilização desta formação política, Abílio Camalata Numa.
Adiantou que os antigos militares têm sido aliciados com falsas promessas de enquadramento em altos escalões da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (FAA), caso ganhe as eleições, em 2022.
O também antigo director do gabinete de Sakaita, um dos filhos do fundador do partido (Jonas Savimbi), contou que o actual presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, goza, internamente, de fraca simpatia, por não ter sido guerrilheiro e pelo seu comportamento “racista, cínico e divisionista”.
Referiu que Adalberto da Costa Júnior faz-se de vítima, invertendo a realidade dos factos acusando outras forças políticas. É no seio da própria UNITA, sublinhou (numa alusão de manifestações de racismo, dentro do referido partido), onde o mesmo é considerado “filho do colono”.
Adiantou que, por altura do XIII Congresso desta organização, que elegeu Adalberto Júnior presidente, já se receava da pretensão de dirigentes servirem os interesses coloniais.
Amadeu Cortez, que também já foi da segurança de Jonas Savimbi, diz que se demarca da UNITA, igualmente, por se estar a preterir os interesses partidários e patrióticos a favor de relações “familiares e de amiguismo”.
De igual modo, manifestou-se contra a constante promoção do regionalismo dissimulado, tribalismo e amiguismo na indicação dos quadros para os diferentes órgãos partidários e do Estado.
Amadeu Cortez denunciou ainda que, presentemente, é acérrima a luta para a indicação de parentes e amigos aos postos de deputados, comissários da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e assessores parlamentares.
Disse estar, também, preocupado com a promoção de parentes, até civis, no sistema de providência social, em detrimento dos indivíduos que serviram, efectivamente, as forças armadas da UNITA (ex-FALA).