"Uma das questões é relativa à lei eleitoral, que o Presidente devolveu à Assembleia. Como foi proposta dele tinha a oportunidade de nos clarificar sobre aquilo que ele pretende, para termos certeza de que se projeta uma eleição, livre, justa e transparente. O Presidente evitou este aspeto", comentou Arlete Chimbinda na Assembleia Nacional, no final da cerimónia de abertura do novo ano legislativo, onde João Lourenço fez o balanço sobre o Estado da Nação.
A deputada da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) lamentou ainda o facto de o chefe de Estado angolano não ter focado a questão da comunicação social, que tem sido acusada de falta de isenção, ou seja, "não dá as mesmas oportunidades a todos os atores políticos".
"O senhor Presidente podia ter clarificado aqui para nós termos certeza de que a comunicação social tem este aval de desempenhar esse papel de forma isenta, o Presidente não tocou neste assunto", disse.
Outro assunto destacado pela deputada, que na sua opinião merecia algum parecer, análise ou mesma a perspetiva de João Lourenço, tem a ver com o poder judicial.
"Também nós apontamos o dedo à forma como o poder judiciário atua no nosso país e o senhor Presidente da República simplesmente ignorou esse aspeto. Portanto, de tudo o que foi dito eu acho que esses três pontos mereciam uma atenção do mais alto dignitário da República, para que as pessoas saibam o que ele pensa sobre isso e para podermos fazer a separação das águas. Infelizmente, ele ignorou esses aspetos [e ficou] aquém das expetativas", frisou.