Rússia e Angola pretendem discutir a possibilidade de fornecimento de aeronaves russas na próxima reunião do Comitê de Cooperação Técnico-Militar, disse embaixador.
"Isso será discutido na próxima reunião do Comitê de Cooperação Técnico-Militar", comentou o diplomata respondendo à questão se há informações sobre algum tipo de acordos para compra de aviões. De acordo com Cunha, essa questão está relacionada com o financiamento e é cedo demais para falar sobre números concretos.
Contudo, ele ressaltou que "é preciso dizer que quase 70% do armamento de Angola são equipamentos de produção soviética ou russa [...] A maioria dos comandantes de escalão superior e médio das Forças Armadas angolanas são graduados de universidades militares russas ou soviéticas, isso mostra o nível de cooperação entre a Rússia e Angola na esfera militar".
Cooperação entre Angola e Rússia na esfera espacial
O país também pretende desenvolver a cooperação com a Rússia na área espacial. Segundo o embaixador, a cooperação continuará, pois trata-se do desenvolvimento de um ramo inteiro da ciência que é muito importante para Angola.
"É evidente. Quem controla o espaço exterior tem vantagens na Terra. Rússia é um país forte no campo da exploração e uso do espaço exterior. Foi por isso que Angola escolheu a Rússia como parceiro na utilização do espaço exterior", respondeu o embaixador a uma pergunta sobre o futuro da cooperação russo-angolana na esfera espacial.
"Projetos de satélites com a Rússia provavelmente vão continuar. Mas o mais importante agora é lançar o AngoSat-2, porque em 2017 foi perdida a comunicação com o AngoSat-1. Temos a certeza que tudo vai correr bem, o lançamento será bem-sucedido", detalhou Cunha. Em abril de 2018, Rússia e Angola acordaram em construir o satélite AngoSat-2.
Construção de usina nuclear está na pauta entre os países
A construção de uma usina nuclear em Angola também está na pauta, disse na entrevista o embaixador.
"As capacidades nucleares podem ser usadas tanto no ramo energético como em cuidados de saúde. Construir uma usina nuclear [é um negócio] muito caro. O importante é que a questão está na agenda de negociações entre os dois países. Naturalmente, vamos aproveitar as oportunidades oferecidas pela cooperação no domínio da energia nuclear", observou diplomata.
Planos de produção da vacina russa Sputnik V em Angola
O embaixador também abordou a questão dos planos de produção da vacina russa Sputnik V contra COVID-19 em Angola.
"No que se refere à produção da vacina em Angola, as autoridades sanitárias manifestaram o seu apoio a esta decisão. Evidentemente, isso beneficiaria Angola, porque reduziria o custo da vacina e permitiria a Angola cumprir as metas que tinha estabelecido para a vacinação da população", disse.
"Gostaria de salientar que Angola foi um dos primeiros países a reconhecer a vacina russa Sputnik V. O presidente da República de Angola, João Lourenço, vacinou-se publicamente com a vacina Sputnik V, e muitos outros líderes angolanos também foram vacinados com a vacina russa", disse.