Parlamento aprovou na especialidade designação dos comissários à CNE sem os votos da UNITA

Post by: 24 Outubro, 2024

A Assembleia Nacional aprovou hoje, na especialidade, sem os votos da UNITA, maior partido da oposição angolana, o Projeto de Resolução que aprova a designação do número de representantes de partidos políticos com assento parlamentar na Comissão Nacional Eleitoral.

O documento foi aprovado com 27 votos a favor, uma abstenção e zero contra, na reunião conjunta das comissões de Assuntos Constitucionais e Jurídicos e da Administração do Estado e Poder Local, da Assembleia Nacional, que ficou marcada pelo abandono do ato de votação pelo grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), por não concordar com a distribuição.

A reunião tinha como ponto único apreciar o Relatório Parecer Conjunto e o Projeto de Resolução, que, nos termos da Lei sobre a Organização e Funcionamento da CNE e da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais fixa a nova composição da CNE, fruto dos resultados das eleições gerais de 24 de agosto de 2022.

Com a aprovação do projeto, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido maioritário, fica com nove representantes, a UNITA, com quatro, o Partido de Renovação Social (PRS), a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA) e o Partido Humanista Angolano (PHA), com um representante cada.

O grupo parlamentar da UNITA, numa nota de imprensa, apontou várias razões para o abandono do ato de votação, entre os quais que o processo preparatório da reunião violou o Regimento da Assembleia Nacional, pois, para além do presidente da Comissão dos Assuntos Jurídicos e Constitucionais, nenhum outro membro da primeira e quarta comissões participou da discussão preliminar, demonstrando “práticas unilateralistas”.

“Com base nos resultados de 2022, a UNITA teve um crescimento de 39 deputados, o que representa um aumento de mais assentos na CNE. Porém, primando pelo princípio da razoabilidade, propôs inicialmente oito lugares para o MPLA, ao invés de nove, cinco lugares para a UNITA, ao invés de sete, em homenagem ao princípio do respeito pelas minorias, restando três mandatos a serem distribuídos, à razão de um para cada uma das demais forças políticas com assento parlamentar (PRS, FNLA e PHA)”, refere.

Segundo o grupo parlamentar da UNITA, o partido solicitou à mesa esclarecimentos para serem aferidos os critérios da proposta do MPLA, em parceria com o PRS, FNLA e PHA, sugerindo também “a suspensão da votação para se estabelecer o diálogo entre todas as forças políticas, com assento parlamentar e dirimir os equívocos”.

“Perante a falta de esclarecimentos e com a mesa irredutível na intenção de sujeitar o assunto à votação de qualquer maneira, violando a lei e os mais elementares preceitos básicos da sã convivência em democracia, que sugerem o diálogo em busca do consenso, os deputados do grupo parlamentar da UNITA decidiram não fazer parte de uma votação nessas condições”, salienta no documento.

Last modified on Quinta, 24 Outubro 2024 22:44
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