O ativista e jornalista angolano Rafael Marques defende que os movimentos que reivindicam a autonomia das províncias das Lundas não têm qualquer legitimidade e não trazem benefícios às populações locais.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana decidiu prorrogar por mais dois meses a prisão do líder do Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), José Mateus “Zeca Mutchima”, anunciou hoje o seu advogado, considerando a medida como “ilegal”.
Um relatório sobre os incidentes de Cafunfo, província angolana da Lunda Norte, hoje divulgado, aponta que o “desaparecimento de cadáveres” nas morgues locais e o surgimento de corpos em rios e ravinas “deturparam o número exato mortes”.
O advogado do líder do Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), José Mateus "Zeca Mutchima", denunciou hoje que o seu cliente "está preso ilegalmente", após vencerem os 120 dias de prisão preventiva.
O Governo angolano continua a acompanhar o caso dos incidentes em Cafunfo e adiantou que a decisão sobre os detidos deve ser conhecida em breve, disse hoje à Lusa a secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania.
O advogado do líder do Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), José Mateus ‘Zeca Mutchima’, lamentou hoje o “silêncio” das instâncias judiciais, garantindo que vai requerer ao Ministério Público a sua liberdade assim que “expire a prisão preventiva”.
O arcebispo de Saurimo, José Imbamba, denunciou hoje que na região de Cafunfo e em zonas de exploração diamantífera do leste de Angola “continuam a morrer pessoas”, responsabilizando os seguranças que protegem as minas, e pediu a “salvaguarda da vida”.
Dois polícias, incluindo um inspetor-chefe, envolvidos nos incidentes de 30 de janeiro em Cafunfo, foram demitidos devido a “infrações disciplinares graves”, nomeadamente ofensas corporais e profanação de cadáver, segundo um despacho do Comandante-Geral da Polícia Nacional angolana.
O ativista e investigador angolano Rafael Marques considerou hoje que a indefinição político-administrativa é um dos fatores na origem dos problemas na vila mineira de Cafunfo e defendeu a criação de um tribunal ou um procurador residente na localidade.
O debate sobre segurança e cidadania que hoje teve início em Cafunfo, onde ocorreram incidentes com várias mortes, visava o diálogo, mas ânimos exaltados quase puseram fim à discussão, onde o plano político quase se sobrepôs aos direitos humanos.