Vários cidadãos estrangeiros estão entre os envolvidos na rebelião armada registada na madrugada de sábado na vila mineira de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte. O Jornal de Angola apurou que entre os detidos estão cidadãos estrangeiros, com destaque para os da República Democrática do Congo (RDC).
A organização Amnistia Internacional (AI) confirmou hoje a morte de pelo menos 10 pessoas pelas forças de segurança angolanas durante a repressão de uma manifestação, no sábado, na localidade mineira de Cafunfo, na província da Lunda Norte.
O bastante antigo sonho de estabelecimento de um império Lunda Tshokwe é, claramente, a causa principal da instabilidade que se vive no Leste de Angola.
Protesto popular e reação policial abalaram o país e aumentaram contestação ao Governo de João Lourenço. Desigualdades económicas e sociais estarão na base dos tumultos
A representante da Human Rigths Watch (HRW) para Angola disse hoje haver indícios "claros" de abusos policiais na resposta à manifestação de sábado nas Lundas, que fez vários mortos, e pede "investigação urgente" e "séria" às autoridades de Luanda.
O Partido de Renovação Social (PRS) exigiu hoje às autoridades angolanas explicações concretas sobre "tamanha brutalidade contra manifestantes" na província da Lunda Norte, que terminou com um saldo oficial de sete mortes.
O presidente do Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT), que promoveu uma manifestação em Cafunfo, no sábado, afirmou que pelo menos 15 pessoas morreram na repressão do evento, incluindo o filho de um secretário regional da organização.
O Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe assegurou hoje não ter armas nem exército e declinou qualquer responsabilidade nos acontecimentos de sábado em Cafunfo, que “ceifaram vidas inocentes”, os quais atribuiu às “autoridades do Governo, sobretudo da Polícia Nacional”.
Vários bispos católicos angolanos denunciaram hoje o que consideram ter sido um “grave massacre” de manifestantes na localidade de Cafunfo, Lunda Norte, afetos ao Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT).
Uma comissão de inquérito desloca-se, nos próximos dias, ao município do Cuango (província da Lunda Norte), para averiguar as circunstâncias da rebelião protagonizada por elementos do auto-denominado "Movimento Protectorado Lunda Tchokwe".