Em comunicado a que a agência Lusa teve hoje acesso, o Ministério da Agricultura e Florestas de Angola refere que em causa está a contaminação de carnes processadas prontas para o consumo, conhecida como "Polony", produzidas na África do Sul pelas empresas Enterprise Food e Rainbow Chicken Limited.
Considerando o "risco que a listeriose representa para a saúde pública", o Instituto dos Serviços de Veterinária do Ministério da Agricultura e Florestas ordenou a "retirada imediata do mercado" destes produtos, bem como "a sua destruição".
É recomendado ainda aos consumidores que "devem prestar atenção às referências dos produtos e proceder à sua destruição imediata, caso os tenham adquirido", com aquele ministério a garantir que serão intensificadas as medidas de policiamento e controlo sanitário nos estabelecimentos comerciais e postos fronteiriços do país.
As autoridades da África do Sul anunciaram a 04 de março terem identificado a causa da epidemia de listeriose, que há um ano assola o país e que já provocou pelo menos 180 mortes, responsabilizando uma empresa alimentar no nordeste do país.
Dados do Instituto Nacional de Doenças Contagiosas sul-africano indicam que, desde janeiro de 2017, foram registados perto de 950 casos, o que torna a epidemia a maior jamais registada em todo o mundo.
A doença é infecciosa e é transmitida com maior frequência aos seres humanos através de alimentos contaminados.
A listeriose é uma infeção bacteriana provocada pelo bacilo 'listeria monocytogenes' e figura entre as zoonoses - doenças transmitidas de animais para humanos - mais perigosas. Geralmente, causa febre, vómitos e diarreia e é tratada com antibióticos.
Os indivíduos mais suscetíveis, como idosos, recém-nascidos, mulheres grávidas ou pacientes com sistema imunitário enfraquecido, estão mais expostos às complicações, incluindo a meningites e septicemias.