O novo Código Penal de Angola, coloca fim a 133 anos de vigência da lei anterior que não aprovava a relação entre pessoas do mesmo sexo. Trata-se da segunda vez que o governo do presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, aprova uma medida contra a discriminação por orientação sexual, depois de, em junho de 2018, ter legalizado a Associação Íris Angola, que defende a causa LGBT.
Alguns LGBT angolanos reagiram à par da notícia como o caso de Bruno Fernandes ou simplesmente Brurixom, como é chamado carinhosamente, o apresentador usou ao seu Instagram para demonstrar a sua felicidade quanto ao assunto.
“Essa minha sessão de foto nunca fez tanto sentido como agora , hoje acordo com uma Angola evoluída uma Angola que protege a liberdade e respeita a diferença, obrigado a todos que participaram para que esse dia se tornasse realidade, esse prolongado é meu meu, como vou festejar xeeeee”, escreveu Bruno.
O político e ativista francês Jean-Luc Romero-Michel comemorou o marco através de um tuíte, e disse que a mudança foi “um grande passo à frente pelos Direitos Humanos”.
Esse Código Penal vai nos permitir atender a diferentes demandas a partir de agora, e também nos permite abrir uma conversa sobre trabalho, que é uma das principais lutas da comunidade LGBT” — afirmou a ativista Paula Sebastião à BBC Focus on Africa.
Tais mudanças derrubaram um texto herdado do período colonial em Angola, que incentivava a discriminação contra pessoas da comunidade LGBT e considerava a homossexualidade um “vício contra a natureza”. Até então, o relacionamento entre casais do mesmo sexo era proibido por lei, podendo acarretar em prisão.
A descriminalização de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo em Angola ocorreu poucas semanas após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dar início a uma campanha global pelos direitos LGBT.