A Oferta Pública de Venda (IPO, na sigla inglesa) de ações da Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA) teve início na terça-feira e decorre até 25 de outubro, conforme anunciaram hoje as autoridades na apresentação do 'roadshow' (evento itinerante para a divulgação da alienação), em Luanda.
Esta operação de alienação de 30% do capital social da ENSA detido pelo Estado angolano, representado pelo Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE), enquadra-se no Programa de Privatizações do Governo angolano. Pelo menos 720.000 ações ordinárias, escriturais e nominativas, com valor nominal unitário de 5.000 kwanzas (476 euros), representativas de 30% do capital estatal na ENSA devem ser dispersos, durante um mês, via Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA).
Para este processo, são reservados 28% do capital social, que compreendem 672.000 ações, para objetivo da oferta dirigida ao público em geral e 2% do capital social (48.000 ações) para aquisição por trabalhadores (Oferta Dirigida a Trabalhadores), explicou o presidente da comissão executiva da ENSA, Mário de Lemos.
As ações em IPO serão alienadas a um preço médio unitário compreendido no intervalo entre o valor mínimo de 6.499,80 e o máximo de 12.499,80 kwanzas (entre 6,1 e 11,9 euros), sendo que o preço final da oferta será fixado com base no preço para o qual a procura no âmbito da oferta iguale ou exceda a oferta dirigida ao público em geral dentro intervalo dos referidos preços.
Ordens de compra para a participação na IPO deverão ser apresentadas junto dos agentes de intermediação para a colocação, nomeadamente à Standard Invest, ao BFA Invest e à Áurea – Sociedade Distribuidora de Valores Mobiliários.
O presidente da comissão executiva da Standard Invest, Dinis Mendes, realçou, em conferência de imprensa, que o Estado angolano deve arrecadar 9 mil milhões de kwanzas (8,5 milhões de euros) com a venda dos 30% do capital social da ENSA. “E, naturalmente, tudo irá variar em função da procura e da oferta, como foi descrito”, frisou.
Mário de Lemos, presidente da comissão executiva da ENSA, recordou que a oferta está aberta a todos os investidores nacionais e estrangeiros, referindo que, com esta ação, a empresa prossegue objetivos estratégicos, nomeadamente rentabilidade real, eficiência operacional e financeira.
“Queremos continuar a dar soluções para o mercado segurador no sentido de fazer crescer o valor da organização, vamos igualmente alargar a nossa base de clientes”, notou.
O chefe do departamento de privatizações do IGAPE, Hortêncio Sanumbutue, destacou a importância da privatização de parte do capital da ENSA, garantindo, sem avançar datas, que o Estado pretende, “progressivamente” dispersar as ações remanescentes para sair do capital da seguradora. A liquidação física e financeira das ações alienadas na IPO deverá ocorrer, previsivelmente em 31 de outubro.