Angola e RDCongo avançam com exploração petrolífera na zona comum após validação parlamentar

Post by: 04 Outubro, 2024

Os governos de Angola e da RDCongo reafirmaram hoje a vontade de avançar com a exploração petrolífera na Zona Marítima de Interesse Comum (ZIC), aguardando pela ratificação das duas adendas ao acordo nesse domínio pelos respetivos parlamentos.

A ZIC de Angola e a República Democrática do Congo (RDCongo) juntou hoje, em Luanda, as delegações ministeriais dos países que tutelam os hidrocarbonetos, após assinaturas de duas adendas na 5.ª Conferência e Exposição Angola Oil & Gas (AOG) 2024, que terminou na quinta-feira.

“Hoje fizemos um balanço sobre a situação referente a zona de interesse comum de exploração de petróleo e temos agora de levar os últimos documentos assinados à ratificação pelos nossos parlamentos”, disse o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, à saída do encontro.

Segundo o governante angolano, só depois da ratificação dos referidos instrumentos legais pelos parlamentos de Angola e da RDCongo é que terá início a atividade prática, no âmbito da ZIC, com a reunião dos comités ministeriais técnicos e posterior ação da operadora. Angola e RDCongo partilham uma vasta fronteira terrestre, marítima e fluvial e assinaram, em 2003, um Memorando de Entendimento sobre a exploração petrolífera comum nas águas da bacia inferior do Congo a sul do Bloco 14, e a norte dos Blocos 1, 15 e 31.

O bloco de águas profundas é operado pela subsidiária local da Chevron, a Cabinda Gulf Oil Company, em parceria com a Eni, a Etu energias e a petrolífera nacional angolana Sonangol. Ambas delegações abordaram igualmente hoje os mecanismos para a venda de derivados de petróleo à RDCongo, cujos trabalhos estão a ser desenvolvidos entre a angolana Sonangol e duas empresas estatais congolesas.

“Mas, estivemos a analisar alguns aspetos para que esse processo seja feito ainda de maneira mais eficiente e aproveitamos também para ver questões relacionadas ao contrabando de combustível e ver como podermos ter melhor mecanismos de colaboração entre os dois países”, referiu o ministro angolano.

De acordo com Diamantino Azevedo, as autoridades congolesas estão ainda interessadas no gás natural de Angola e querem ver o país lusófono a explorar um depósito de areias asfálticas na RDCongo, cuja viabilidade económica será analisada pelo Governo angolano, realçou o governante.

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