Segundo a mesma nota, a decisão congolesa surge após as 'démarches' do ministro das Relações Exteriores, Téte Atónio, que chamou ao ministério, na semana passada, o embaixador congolês Kalala Mayiba Constantin, "para manifestar o seu profundo desagrado pelo tratamento inapropriado de que têm sido vítimas os camionistas angolanos na República Democrática do Congo, onde é reportada também a situação da violação dos direitos dos mesmos".
Na altura, Téte António pediu às autoridades congolesas medidas apropriadas para pôr cobro à situação e resolver os diferendos através dos mecanismos existentes e respeito pelos instrumentos jurídicos assinados entre os dois países, que partilham uma vasta fronteira terrestre, marítima e fluvial.
"Com esta medida, exarada num despacho, assinado ontem, quinta-feira, 3 de outubro, em Kinsasha, por Sua Excelência Jean-Pierre Bemba Gombo, Ministro dos Transportes e das Comunicações e Vice-Primeiro Ministro da República Democrática do Congo, o Governo de Angola considera que a parte congolesa começa, assim, a dar sinais do respeito dos instrumentos jurídicos assinados entre os dois países, incluindo as disposições constantes do Acordo em matéria de transportes rodoviários", refere-se no comunicado.
Segundo a Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola, mais de 400 camiões angolanos ficaram retidos na República Democrática do Congo por mais de quinze dias, tendo sido impedidos pelas autoridades congolesas de atravessar a fronteira rumo à província angolana de Cabinda.
A província encontra-se separada do resto do território angolano, sendo limitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.