A medida não surpreendeu a Associação angolana dos Transportadores de Mercadorias, que alega ter alertado o Governo a elaborar um documento de facilitação de entrada para os camionistas da RDC.
O secretário financeiro da Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (ATROMA), Licínio Fernandes, diz que a República Democrática do Congo passou, há uma semana, a exigir visto de migração aos camionistas angolanos, que pretendam entrar no antigo Congo belga, já que anteriormente este documento não era exigido.
“Os congoleses para virem a Angola têm que tratar um visto. Perante este quadro e, face à situação que aconteceu, os congoleses, por simplesmente, tomaram medidas, através do seu ministro dos Transportes, que os camionistas angolanos só entram até a fronteira do Luvo (Lunda Norte) e põem os contentores no chão, para chegar à Kinshasa têm que ter um visto ordinário também. É a lei da reciprocidade que eles aplicaram agora connosco”, lembrou.
O responsável associativo compreende a medida do governo de Kinshasa, sendo que os transportadores desse país há muito que já entram em Angola com visto ordinário.
“Os camionistas congoleses entram em Angola, entram com passaporte e um visto ordinário... Sempre foi assim. Na fronteira é-nos cedido um documento que eles chamam 'Laissez-passer'. Paga-se 60 USD e dão-nos o documento para ir até Kinshasa. É uma entrada provisória”, contou Licínio Fernandes.
Relativamente à taxa alfandegária, Licínio Fernandes revela que os angolanos continuam a pagar 5.000 dólares por entrada e os congoleses 50 dólares, alegando que o assunto é do domínio das autoridades angolanas.
“Esta medida já acontece há mais de oito anos que a ATROMA vem apelando ao executivo lutando para que se tomasse alguma medida. Há mais de oito anos que os congoleses nos cobram entre 4. 500 a 5.000 dólares por camião quando entramos no Congo [RDC]. Eles pagam o equivalente a 50 dólares por processo”, sublinhou o secretário financeiro da Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola.
